Catalyst Research  avalia impacto do Digital Markets Act nas PME europeias

O relatório da Catalyst Research alerta para o impacto negativo do Digital Markets Act, proposto pela Comissão Europeia, nas pequenas e médias e empresas da Europa.

O Digital Markets Act (DMA), proposto pela Comissão Europeia para controlar os grandes “gatekeepers” digitais, ou seja, as grandes empresas tecnológicas, vai atropelar as pequenas e médias empresas (PME) na Europa, concluiu o novo relatório da Catalyst Research divulgado esta semana.

A pesquisa desenvolvida durante a pandemia mostra que as ferramentas digitais fornecidas por grandes plataformas digitais ajudaram as pequenas empresas a sobreviver, e até mesmo a crescer, durante a crise, uma vez que a adoção digital agressiva gerou 60% mais receita, melhorou em 40% a retenção de clientes e gerou um aumento de 300% nas contratações.

O documento alerta para o facto de ser necessário iniciar esforços para evitar que o DMA cause danos colaterais junto das PME nesta fase de recuperação económica.

Joakim Wernberg, Research Director of Digitalisation and Tech Policy do Swedish Entrepreneurship Forum e membro do Digital Markets Act Working Group, lembra que “o DMA não impacta apenas as grandes empresas tecnológicas, mas também as PME deste setor. Concretamente, as start-ups que tenham uma forte base de tecnologia irão enfrentar obstáculos regulatórios que aumentarão as barreiras à expansão dos seus negócios e, ao mesmo tempo, desincentivarão a construção de um ecossistema adequado à sua atividade. Já outras PME, nomeadamente aquelas que utilizam tecnologia com menos intensidade e que adotaram ferramentas e canais digitais fornecidos por grandes empresas para angariarem novos clientes e alavancarem o mercado interno, irão correr o risco de perder o alcance e eficiência das ferramentas e canais que estão a utilizar”.

No início deste ano, também o relatório Digitally Driven: Europe, do Connected Commerce Council, referia que 42% das PME europeias (cerca de 10,5 milhões de empresas), veem as ferramentas digitais como parte integrante do seu negócio e usam pelo menos 10 categorias diferentes de ferramentas digitais.

Neste contexto, Joakim Wernberg recorda ainda que “atualmente, as pequenas e médias empresas representam 99% do total de empresas europeias e respondem por mais da metade da produção económica da Europa. A sua maioria não está na dianteira do digital e não estou certo de que tenham de estar, pois ao invés de desenvolverem as suas próprias soluções, estas estão a adotar soluções desenvolvidas por terceiros. Isto significa que, para muitas PME, as grandes plataformas digitais representam uma oportunidade para que estas possam aceder ao mercado como um serviço. Restringir empresas de plataforma para proteger empresas menores pode, neste contexto, limitar desnecessariamente o acesso das PME ao mercado”, alerta o Research Director of Digitalisation eTech Policy do Swedish Entrepreneurship Forum

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