BPF e Indico Capital investem 11.5 milhões na Oceano Fresco

O coinvestimento do BPF e da Indico permitirá à start-up de aquacultura sustentável ampliar a operação e investir em novas tecnologias.
O Banco Português de Fomento (BPF) e a Indico Capital Partners anunciaram hoje contratualização conjunta de uma operação de investimento de 11,5 milhões de euros na Oceano Fresco, uma start-up da naque se dedica à aquacultura sustentável, escalável e rastreável de bivalves em viveiro em mar aberto.
Do valor total de investimento das duas entidades, 8,05 milhões de euros proveem diretamente pelo programa de coinvestimento Deal-by-Deal do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR) e 3,45 milhões de euros do Indico Blue Fund, um fundo de capital de risco gerido pela Indico Capital Partners.
“Estamos entusiasmados por fazer parte da visão da Oceano Fresco de criar um novo vertical de aquacultura sustentável que irá contribuir para o aumento da procura global de proteínas. A procura de amêijoas, especificamente, ultrapassa em muito a oferta atual e cultivá-las de forma sustentável e sistemática faz sentido a todos os níveis”, comentou Stephan de Moraes, Managing General Partner da Indico.
Refira-se que o investimento total nesta ronda da Oceano Fresco foi de 17 milhões de euros e teve também a participação de outros investidores, entre os quais a BlueCrow, a Aqua-Spark e a Semapa Next.
Bernardo Carvalho, CEO da Oceano Fresco, explicou que para a “ter parceiros conhecedores que partilhem os nossos valores e visão é, pelo menos, tão importante como angariar dinheiro. Tendo isto em mente, damos as boas-vindas à Indico Capital Partners e ao Banco Português de Fomento nesta aventura, tal como saudamos o apoio renovado da AquaSpark e da BlueCrow, à medida que continuamos no nosso caminho para nos tornarmos líderes mundiais na aquicultura regenerativa de bivalves”.
Fundada com base na ciência, a Oceano Fresco combina biotecnologia e produção no seu programa de Investigação & Desenvolvimento (I&D), focado na reprodução seletiva e crescimento de espécies nativas europeias de amêijoas. A start-up tem atraído apoio financeiro diversificado, incluindo investidores estratégicos nacionais e internacionais e incentivos públicos.
Este coinvestimento entre o BPF e a Indico permitirá à Oceano Fresco financiar o aumento das despesas operacionais (OPEX) e de capital (CAPEX), com o objetivo de melhorar a produtividade, investindo em novas tecnologias e processos para aumentar a eficiência e reduzir custos, e expandir as operações, construindo novas instalações de cultivo, adquirindo equipamentos avançados e ampliando a área de operação em mar aberto.
A operação, enquadrada na Janela C do Programa de Coinvestimento Deal-by-Deal (para investimentos superiores a 2 milhões de euros), foi submetida à consulta prévia da Comissão Técnica de Investimento do FdCR, que emitiu parecer favorável. O investimento do BPF inclui a subscrição de um aumento de capital e de obrigações convertíveis em ações preferenciais com direito de voto, com uma maturidade de sete anos.
“O investimento do Fundo de Capitalização e Resiliência na Oceano Fresco reforça o compromisso do BPF com a economia do mar, apoiando uma start-up inovadora, com sede na Nazaré, que se posiciona na aquacultura sustentável dirigida ao cultivo de bivalves de alta qualidade em Portugal. Trata-se do primeiro investimento direto do Fundo na economia do mar, que se admite possa iniciar um ciclo de apoio do BPF a este setor prioritário da economia nacional”, afirmou Ana Carvalho, CEO do Banco Português de Fomento.