Opinião
As regras intemporais que continuam a causar boa imagem

A imagem não é apenas uma representação visual, mas uma abstração intelectual, a ideia que fazemos ou a opinião que temos sobre determinada pessoa. O conceito de imagem pessoal, seja no sentido da perceção que os outros têm de nós, seja no sentido daquilo que somos na realidade, é uma obsessão dos nossos dias.
Quando falamos de marketing pessoal, muita gente se questiona sobre se é mais importante ser ou parecer. E há quem sustente que, numa primeira fase, é fundamental parecer para que depois se estabeleça que somos competentes. Os tempos evoluem e muita gente tem dúvidas sobre se para causar boa imagem hoje ainda se aplicam as regras em vigor no tempo dos nossos avós. Existirão regras intemporais ou a maioria das regras foi mudando ao longo dos anos e, sobretudo, depois da pandemia mundial?
Para responder a esta questão, é preciso estabelecer que existem três vertentes da imagem pessoal: a aparência, a atitude e o comportamento. Em relação à aparência, podemos melhorar a imagem alterando, por exemplo, o vestuário. A escolha do guarda-roupa em certos ambientes de trabalho revela-se de particular importância e deve ser feita em função dos objetivos que se pretendem atingir. Estas regras foram variando ao longo dos tempos em que vivemos. O vestuário, mesmo nas altas esferas oficiais, foi-se simplificando. A única regra intemporal é que devemos escolher, dentro do que vestimos, roupas que nos favoreçam.
Alguns aspetos da nossa imagem física não podem ser alterados (altura, estrutura óssea, por exemplo). Outros podem ser radicalmente mudados (peso e configuração do corpo e do rosto) através de exercícios físicos, dietas e cirurgia plástica. Mas, na maioria dos casos, para melhorar a imagem basta usar roupas mais favorecedoras, alterar a maneira de falar em público e cuidar do nosso aspeto exterior, assim melhorando a chamada “comunicação não-verbal”.
Já a atitude é mais difícil de alterar, sendo igualmente importante para a melhoria da imagem pessoal. Um tímido leva muito tempo a alterar a forma de olhar para as pessoas e um arrogante dificilmente disfarça o sentimento de superioridade em relação aos seus semelhantes. Não existem aqui regras que se possam aprender de um dia para o outro de modo a transmitir uma imagem diferente. Mas se houver vontade podemos parecer confiantes apesar de continuarmos a ser inseguros.
Finalmente, em relação ao comportamento, basta conhecer e seguir um certo número de regras aparentemente intemporais para transmitir uma imagem positiva. Creio que não é novidade para ninguém, que o nosso comportamento em sociedade emite sinais e revela mensagens, gerando confiança e projetando prestígio ou, pelo contrário, arrogância e sobranceria.
Apesar de os pormenores negativos serem aparentemente aqueles que mais captam a atenção das pessoas, uma aparência descuidada pode ser anulada por uns modos cativantes e uma roupa de marca numa pessoa com maus modos só transmite novo-riquismo. Para transmitir uma imagem positiva, as pessoas devem apresentar-se impecavelmente, mas devem sobretudo comportar-se adequadamente.
Sabendo que ninguém tem uma segunda oportunidade para causar uma primeira impressão, ao preparar-se para um primeiro contacto deve ter muito cuidado para apresentar a sua melhor imagem.
Estas são algumas das regras intemporais para causar boa imagem e projetar credibilidade:
- Conheça-se a si próprio. Descubra os pontos fortes e valorize-os, descubra os pontos fracos e atenue-os.
- Importe-se com o que dizem de si Não abdique da sua personalidade, mas altere o que for acessório.
- Seja pontual.
- Seja discreto.
- Vista-se de acordo com a ocasião
- Interesse-se pelos outros.
- Aprenda a escutar antes de reagir.
- Tente respeitar as pessoas com pontos de vista diferentes dos seus.
- Trate os outros como gostaria de ser tratado.
- Use apropriadamente as expressões intemporais da boa educação: “Obrigado/a”, “desculpe” e “se faz favor”.
Para além destas regras, um conselho final: entre sempre numa sala com as costas direitas e sem empinar o nariz. Fake till you make it!