Antiga cerâmica Lufapo de Coimbra transforma-se em hub para atrair criadores de todo o mundo

As instalações da antiga cerâmica Lufapo, em Coimbra, dão vida a um novo projeto desenvolvido pelo Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro, que quer atrair criadores mundiais, privilegiar a cocriação e desenvolver ideias de negócio.
No ano em que assinala o seu 35º aniversário, o Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro (CTCV) transforma aquele que foi um dos maiores complexos industriais cerâmicos do país num hub criativo e empreendedor destinado a start-ups e scaleups.
“O Lufapo Hub, para além da componente de empreendedorismo industrial, tem como finalidade ser um centro de indústrias criativas e um local inspirador que concilie arte, inovação, sustentabilidade e inclusão, atrativo para criadores mundiais, privilegiando a cocriação e o desenvolvimento de ideias de negócio, aproveitando o conhecimento existente e reforçando as sinergias entre as indústrias tradicionais, criativas e tecnológicas”, destacou Jorge Marques dos Santos, presidente do Conselho de Administração do CTCV, na sessão pública de lançamento do projeto, que decorreu recentemente.
De acordo com informação do CTCV, o novo projeto é inspirado em iniciativas internacionais e nacionais “de sucesso” e nas novas políticas económicas “que privilegiam a cocriação, a inovação inclusiva e o empreendedorismo, em consonância com o movimento New European Bauhaus”, promovido pela Comissão Europeia e que visa constituir novos espaços urbanos mais sustentáveis.
Nas 23 empresas já alojadas no Lufapo Hub, distribuídas entre o edifício principal e dois edifícios anexos, já trabalham mais de 80 pessoas, maioritariamente jovens qualificados.
Um novo espaço para atrair ideias de negócios
Para a instalação de um atelier de cocriação para ceramistas neste espaço, o Lufapo Hub estabeleceu um protocolo com o CEARTE – Centro de Formação Profissional para o Artesanato e Património – escola de ofícios essencialmente dedicada à cerâmica.
Localizado no edifício principal, o atelier é direcionado a criadores na área da cerâmica e está equipado com todos os utensílios, ferramentas, equipamentos e fornos necessários à atividade da olaria. Adicionalmente vai ser introduzida uma forte componente tecnológica, com impressão de cerâmica em 3D, sem esquecer os novos materiais e a economia circular.
Outra das ideias para atrair novos projetos para o Lufapo Hub passa por criar uma residência criativa, em regime de ‘coliving’, na cobertura do edifício-sede, que possa atrair nómadas digitais e criadores de todo o mundo, preferencialmente ligados ao setor cerâmico, explica o CTCV.
O espaço vai recuperar ainda o espólio da antiga Lufapo, que se encontra na Universidade de Coimbra, no âmbito de uma recolha efetuada na década de 70, pelo físico Mário Silva, para integrar as coleções do Museu Nacional da Ciência e da Técnica e estudar a possibilidade de revitalizar a produção de algumas peças inspiradas nos desenhos e moldes antigos.
O edifício está também equipado com um auditório para 120 pessoas, um refeitório e seis salas de reunião, que podem ser também convertidas em salas de formação.