Ancorage Digital do português Diogo Mónica assume estatuto de unicórnio
A fintech norte-americana fundada e liderada pelo português Diogo Mónica fechou uma ronda de financiamento de 309 milhões de euros. A sua avaliação atual ronda os 2,7 mil milhões de euros. Continuar a apostar no talento português é um dos objetivos.
A Anchorage Digital, plataforma norte-americana de bens digitais para investidores, anunciou a conclusão de uma ronda de investimento de Série D de cerca de 309 milhões de euros (350 milhões de dólares), liderada pela KKR, empresa de investimento mundial que oferece gestão alternativa de ativos e mercados de capitais e soluções de seguros e que investiu na empresa através do Next Generation Technology Growth Fund II, um fundo dedicado a oportunidades de investimento no espaço tecnológico.
Inicialmente pensada como um serviço de custódia de criptomoedas, a fintech acabou por alargar, entretanto, o seu leque de serviços cripto para um sistema robusto de transação, financiamento, staking e governação.
“Este financiamento coloca a Anchorage Digital numa posição confortável para responder à procura institucional sem precedentes deste mercado em rápida evolução. Estamos gratos por a KKR e este grupo mais vasto de investidores partilharem a nossa visão de expandir o acesso institucional regulado aos ativos digitais”, afirmou em comunicado Diogo Mónica, o jovem português, formado no Instituto Superior Técnico, que fundou e lidera esta fintech criada em 2018 e sediada nos Estados Unidos.
Diogo Mónica frisou ainda que a Anchorage Digital planeia utilizar este financiamento para melhorar as suas soluções de infraestruturas, especificamente para empresas financeiras globais e fintech inovadoras. Além disso também quer investir para “acelerar e simplificar o envolvimento dos clientes com o que há de mais recente em inovação cripto e aumentar a sua equipa e clientes para continuar a expandir a oferta de produtos”.
O responsável da empresa revelou ainda que quer continuar a apostar no talento português. “A Anchorage acaba o ano com uma ronda liderada por algumas das maiores empresas financeiras do mundo. O crescimento da adoção institucional dos criptoativos demonstra o impacto que estes estão a ter no sistema financeiro tradicional no mundo, em geral, e em Portugal, mais concretamente”, sublinhou.
Esta ronda, refira-se, contou ainda com a participação dos investidores Goldman Sachs, Alameda Research, Andreessen Horowitz, Apollo, e dos fundos e contas geridas pela BlackRock, Blockchain Capital, Delta Blockchain Fund, Elad Gil, GIC, GoldenTree Asset Management, Innovius Capital, Kraken, Lux Capital, PayPal Ventures, Senator Investment Group, Standard Investments, Thoma Bravo e Wellington Management.
Considerado o primeiro banco de ativos digitais fundado a nível federal nos Estados Unidos da América, o Anchorage Digital Bank permite às instituições financeiras trabalhar com ativos digitais de forma simples e segura. Foi a primeira empresa cripto-nativa a receber, em janeiro deste ano, carta branca do Office of the Comptroller (OCC), um órgão independente do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos que colocou o Anchorage Digital Bank no mesmo patamar regulamentar dos outros bancos tradicionais do país.
Recorde-se em que fevereiro deste ano a fintech norte-americana com ADN português já tinha fechado uma outra ronda de 80 milhões de dólares.