Airbnb dos hospitais: a ideia mal aceite de uma start-up britânica

A CareRooms assume-se como a “Airbnb dos hospitais”. A ideia é arrendar quartos a pessoas que não os estejam a utilizar de forma a alojar pessoas doentes.
Atualmente, grande parte da disrupção passa por implementar modelos de negócio que já deram provas de serem bem-sucedidos. Start-ups como a Uber e a Airbnb, em que os modelos de negócio passam por não ter ativos e cobrar comissões a entidades particulares que usufruem das suas plataformas, serviram de projeto piloto para inovar os setores que não sofreram alterações com o desenvolver da tecnologia.
Um exemplo português da implementação deste tipo de modelo de negócio é a IZIRepair, uma start-up portuguesa que se assume como a agregadora de referência de oficinas, sendo assim a “Uber das oficinas”.
A CareRooms tentou fazer o mesmo. O projeto, segundo a start-up, é “comparável” ao da Airbnb. A ideia passa por arrendar quartos a pessoas que não os utilizem para alojar pessoas doentes.
Para poderem receber doentes em casa, as pessoas teriam de passar por uma triagem, onde a equipa da start-up ia tentar perceber se os alojamentos e os seus respetivos anfitriões tinham condições para o efeito. Caso fossem aceites, ser-lhes-ia dada uma quantia mensal que ultrapassa os 1100 euros.
Pelo que se pode ler nos média britânicos, o projeto não está a ser bem aceite pelo público. O Entrepreneur relata que há médicos, políticos e grupos de saúde a retratarem a ideia de “ridícula”. Tom Abell, diretor executivo do britânico Southend Hospital, referiu à mesma publicação que nunca ia comprometer a segurança ou a qualidade dos serviços dados aos seus pacientes com um projeto que ainda não deu provas de ser bem-sucedido.
No The Guardian, Rachel Clarke, uma autora e médica especializada em cuidados paliativos, teceu largas críticas à CareRooms, referindo que o Sistema Nacional de Saúde inglês precisa de trabalhadores, não de camas.
É percetível a razão para tais críticas. De tempos a tempos aparecem start-ups que tentam lançar ideias que não são bem aceites pelo público. Outro exemplo deste tipo de situações é a Bodega, uma start-up que quer substituir as mercearias e lojas de conveniência com uma simples app e uma máquina de venda automática.