A realidade virtual também pode ensinar skills de liderança

E se um “humano virtualfor tão bom quanto um real a ajudar as pessoas a praticarem skills de liderança? Um estudo feito na Nova Zelândia assegura que isso é possível.

Um estudo levado a cabo pelo Laboratório de Tecnologia de Interface Humana (HIT) na Universidade de Canterbury, Nova Zelândia (publicado na revista Frontiers in Virtual Reality) tinha como objetivo descobrir se as personagens geradas por computador em ambientes de realidade virtual e realidade mista podiam fornecer níveis semelhantes de eficácia para resolver algumas desvantagens das técnicas de treino tradicionais de liderança. Para isso, programaram oito humanos virtuais em ambientes realistas de realidade virtual e de realidade mista, recorrendo a software e hardware disponível no mercado, e recrutaram 30 pessoas, divididas por três grupos, que submeteram a sessões de treino com um modelo de liderança conhecido.

Um primeiro grupo envolveu interações entre estagiários de liderança e dois atores humanos que atuaram como subordinados. O segundo grupo interagiu com subordinados humanos virtuais num mundo de RV, enquanto o último grupo se reuniu num ambiente de RM, onde os participantes podiam ver humanos virtuais num espaço de escritório real.

Após o período das sessões, constatou-se que havia diferenças no desempenho: todos os grupos melhoraram o seu desempenho entre a sessão pré e pós-treino, ainda que grupo de RM tivesse um aumento estatístico médio mais significativo. De acordo com um dos investigadores, Gonzalo Suárez, “a descoberta mais notável é que os role-players de humanos virtuais mostraram-se tão eficazes quanto os role-players humanos reais para apoiar a prática de habilidades de liderança”. Suárez acrescenta ainda que “os participantes puderam estar mais atentos e entender melhor o seu corpo real e as características físicas do espaço onde a experiência teve lugar, ao mesmo tempo que interagiam com outros humanos virtuais”.

Para este investigador, a atual situação de pandemia é um exemplo da forma como a extensão da realidade das tecnologias de hoje em dia pode ser aplicada. “As instituições escolares e as Universidades podem beneficiar muito e ter resultados positivos ao usar estas tecnologias”, conclui.

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