47,7% das empresas portuguesas já realiza reuniões à distância

Inquérito do INE mostra que as reuniões à distância e a utilização da Internet para fins profissionais vieram para ficar, com 47,7% das empresas a realizarem reuniões à distância.

Quase metade (47,7%) das empresas em Portugal tem os seus trabalhadores ligados à Internet por razões profissionais e realiza reuniões à distância. Esta é uma das conclusões de um inquérito à utilização de tecnologias da informação e da comunicação nas empresas do INE.

Os dados do INE mostram que a proporção de empresas que realiza reuniões remotas através de plataformas como o Zoom ou o Teams aumenta com o escalão de pessoal ao serviço: corresponde a 95,7% nas grandes empresas (com 250 ou mais pessoas ao serviço); a 74,5% nas de média dimensão (50 a 249 funcionários) e baixa para 42,2% nas empresas que têm entre dez e 49 pessoas.

Por setor de atividade, destacam-se as áreas de tecnologias de informação e comunicação (93,7%) e do comércio (52,9%), registando-se proporções inferiores ao total nacional nas restantes áreas de atividade, sendo a mais baixa no alojamento e restauração.

Por outro lado, o inquérito mostra que 77,1% das empresas tem pessoal ao serviço com acesso remoto a, pelo menos, uma das funcionalidades disponibilizadas remotamente e 58,2% a todas elas. O sistema de correio eletrónico da empresa é aquele a que mais pessoas têm acesso remoto (74,7%), seguido de documentos da empresa (65%) e aplicações de gestão ou software (63,9%).

Em 2022, uma em cada cinco empresas com mais de dez trabalhadores têm nos quadros um especialista em TIC – no caso das grandes empresas, essa percentagem sobe para 78,5%, ainda que seja o único escalão a baixar (-1,3 p. p.) face a 2020. Os números do INE comprovam ainda os problemas em recrutar estes perfis: entre aquelas que o fizeram ou tentaram fazer no ano passado, 61,4% referem ter tido dificuldade no preenchimento desses postos de trabalho.

92% referiram as expectativas muito elevadas de remuneração dos candidatos e 82,1% a falta de candidaturas, que registam acréscimos de 20,8 p.p. e 9,3 p.p., respetivamente, face a 2019. A falta de experiência profissional relevante dos candidatos e a falta de qualificações relacionadas com as TIC foram referidas por 56,8% e 56,7% destas empresas, respetivamente (-14,7 p.p. e -10,1 p.p. pela mesma ordem, face a 2019).

No que toca às vendas através da internet, no ano passado representaram 17,2% do total do volume de negócios das empresas em Portugal, atingindo quase 50 mil milhões de euros (+10,7% face a 2020). Uma em cada cinco venderam bens ou serviços através de comércio eletrónico, o que vale uma subida de 2,5 p.p. em relação ao primeiro ano da pandemia.

Por setor, é o alojamento e restauração que tem mais empresas ativas no comércio eletrónico (39,1%, +4,7 p.p. face a 2020). Quase 16% vende através de encomendas/reservas via website, apps ou portais de comércio eletrónico.

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