Siga a sua paixão: Mark Cuban e Steve Jobs têm visões diferentes sobre este conselho

Mark Cuban e Steve Jobs defendem que tudo o que sabemos sobre o princípio “siga a sua paixão” está errado. A paixão pode despertar esforços. Mas o esforço também pode despertar paixão, especialmente nos empreendedores.
Steve Jobs acreditava fielmente em encontrar a sua paixão, tendo até uma frase conhecida “Precisa de encontrar o que ama. A única maneira de fazer um ótimo trabalho é amar o que faz. Se ainda não o encontrou, continue à procura”. Mark Cuban discorda. De facto, o ator e apresentador diz que “uma das grandes mentiras da vida é ‘seguir as suas paixões’, (porque) é facilmente o pior conselho que pode dar ou receber”.
Mas afinal quem está correto? Segundo o Inc, ambos – especialmente quando se trata de iniciar e construir um negócio.
Para Steve Jobs, a paixão está em primeiro lugar: “Tem que ter muita paixão pelo que faz e a razão é que é tão difícil que, se não tivesse, qualquer pessoa racional desistiria. Tem que construir uma empresa durante um período sustentado de tempo. Mas se não é apaixonado por essa ideia, então vai desistir”.
Já Mark Cuban, diz que a paixão vem depois: “Muitas pessoas falam sobre paixão, mas não é nisso que precisa de se concentrar. Quando olha para o que dedica o seu tempo e esforço, isso tende a ser as coisas em que é bom”.
Mark Cuban afirma ainda que “ninguém desiste de qualquer coisa em que seja bom, porque é divertido ser bom. É divertido ser um dos melhores. Mas para ser um dos melhores é preciso esforço. Portanto, não siga as suas paixões. Siga o seu esforço”.
Steve Jobs antes de começar a Apple era apaixonado pelo misticismo oriental, caligrafia e dança. Ou seja, nada relacionado com tecnologia.
Portanto, quando se juntou a Wozniak para vender kits de placas de circuito de computador, o “negócio” era algo secundário. Mas quando o empresário Paul Terrell disse a Jobs que compraria 50 computadores totalmente montados por 500 dólares (418 euros) cada, Jobs estava simplesmente a aproveitar a oportunidade de ganhar mais dinheiro.
Aqui, Jobs identificou uma oportunidade e durante o processo. encontrou o trabalho da sua vida (empresarial).
Nem Jobs, nem Cuban, esperaram até descobrir as suas paixões. Em vez disso, desenvolveram-nas. E é assim que, de acordo com um estudo publicado em 2014, no Academy of Management Journal, o mesmo processo funciona para os empreendedores. Ainda que a maioria das pessoas presuma que a paixão empreendedora impulsiona o esforço empreendedor, a pesquisa desenvolvida revela que o inverso também é verdadeiro: A paixão empreendedora estimula o esforço e este pode despertar mais a sua paixão por aquilo que faz.