Trabalhadores portugueses preferem benefícios personalizados

7 em cada 10 trabalhadores preferem um pack de benefícios personalizados em vez de uma subida salarial. A conclusão é do último relatório da Cobee.

O relatório “Tendências em Benefícios Sociais 2021”, apresentado anualmente pela Cobee, analisou a forma como os trabalhadores portugueses veem os planos de benefícios disponibilizados pelas empresas – num período em que a pandemia alterou o panorama laboral e os hábitos de consumo – e quais são as suas necessidades e prioridades nesta fase.

Com este foco por base, o “Tendências em Benefícios Sociais 2021” concluiu que hoje os colaboradores valorizam cada vez mais a possibilidade de terem um pack de benefícios que cubra as suas necessidades de forma personalizada e flexível, o que designam como “compensação total”. Ou seja, 69% dos portugueses preferiria um pack de benefícios salariais personalizado em vez de um salário mais elevado. O estudo dá como exemplo um pacote de benefícios que inclua, por exemplo, um cheque ginásio, um seguro de saúde, consultas de psicologia online e assinatura da Netflix.

Esta análise da Cobee salienta que 7 em cada 10 colaboradores afirma que ter um plano de benefícios os deixa mais motivados no trabalho, uma preferência que pode representar uma forma das empresas usarem esta “ferramenta” para atrair e reter talentos. Apesar desta preferência, 71% dos colaboradores afirmam que o seu atual plano de benefícios é generalista e impessoal, uma percentagem reveladora de que o setor de benefícios em Portugal precisa de se atualizar e tornar-se mais generalista, flexível, moderno e personalizado.

O estudo deixa algumas pistas sugerindo que essa mudança está baseada em três aspetos fundamentais: digitalização, flexibilidade e comunicação. Para 82% dos inquiridos ​​é muito importante ter um maior número de benefícios e poder escolhê-los, ao invés de receber um pack generalista com aquilo que a empresa considera ser “o melhor para todos”. Daí a importância de ouvir as reais necessidades dos colaboradores de forma a propor-lhes planos personalizados.

Por exemplo, atualmente a saúde é um dos benefícios mais valorizados e referido por 9 em cada 10 colaboradores. O relatório salienta que devido à pandemia, os colaboradores esperam cada vez mais o apoio das suas empresas fase a eventuais problemas. A este aspeto juntam-se também os seguros de vida e as pensões, o segundo e terceiro benefícios mais valorizados para os colaboradores.

Por último, o “Tendências em Benefícios Sociais 2021” também concluiu que o momento de utilizar as regalias também pode variar de pessoa para pessoa: por exemplo, 76% dos trabalhadores portugueses considera que é muito importante poder acumular os benefícios de um mês para o outro e utilizá-los quando lhes for mais conveniente.

Borja Aranguren, CEO e cofundador da Cobee, conclui que são três as principais medidas que definem o futuro da remuneração: “ flexibilidade nos benefícios para satisfazer cada colaborador e estreitar os seus laços com a empresa; digitalização de processos e automatização de tarefas para facilitar o seu consumo e gestão; e uma melhor comunicação, para entender o valor real da remuneração não monetária”. E alerta que as empresas não devem replicar o mesmo plano ano após ano, mas sim “utilizar os elementos da remuneração não salarial como valor diferencial. Desenvolve-se uma nova cultura empresarial em que o colaborador e a sua felicidade são colocados no centro, como forma de garantir o bem-estar de toda a empresa. A comunicação, a empatia e a capacidade de ouvir e cuidar das equipas são os trunfos da verdadeira revolução digital”.

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