European Innovation Council tem 10 mil milhões de euros para financiar projetos deep tech disruptivos

Será apresentado amanhã o novo European Innovation Council em Portugal, cujo principal instrumento é o Accelerator, criado para escalar os projetos empresariais mais disruptivos a nível mundial, com bolsas de desenvolvimento tecnológico e validação até 2,5 milhões de euros e equity até 15 milhões de euros.
Vai ser apresentado amanhã, 23 de março, em Portugal, num evento digital, organizado pela Agência Nacional de Inovação (ANI) e a equipa do European Innovation Council na Comissão Europeia, o European Innovation Council (EIC), a nova iniciativa do programa-quadro comunitário Horizonte Europa.
Com um orçamento de 10 mil milhões de euros para 2021-2027, o EIC tem como objetivo apoiar inovadores de topo, empreendedores, pequenas empresas e cientistas com ideias brilhantes, disruptivas e a ambição de escalar os seus negócios a nível mundial. “Para Portugal, o EIC representa uma oportunidade de retenção de negócios deep tech de origem nacional, de atrair talento e mão de obra qualificada e de aumentar a exposição das PME de base tecnológica, bem como de todo o ecossistema nacional, a sistemas internacionais mais competitivos”, explica a ANI em comunicado.
O EIC combina o incentivo à investigação de tecnologias emergentes com um programa acelerador de penetração e expansão no mercado e um fundo de capital dedicado para o qual estão destinados cerca de 3 mil milhões de euros do orçamento.
O primeiro programa anual de trabalho do EIC foi publicado no dia 18 de março, abrindo, desde logo, oportunidades de financiamento no valor de mais de 1,5 mil milhões de euros em 2021. Estão ainda abertas as candidaturas a dois prémios: Mulheres Inovadoras e Capital Europeia da Inovação.
Na fase piloto da iniciativa, que decorreu entre 2018 e 2021, o EIC apoiou, com um orçamento de 3,5 mil milhões de euros, mais de cinco mil PME e start-ups europeias e mais de 330 projetos de investigação, entre os quais com parceiros portugueses como RUBYnanomed, Ophiomics, Smartex.AI e Sound Particles – empresas que participarão num pitch durante a sessão de lançamento amanhã.
Foram ainda distinguidos como campeões nacionais do EIC: Marta Baptista, engenheira; Miguel Castanho, chefe de departamento no Instituto de Medicina Nuclear João Lobo Antunes; Carlos Oliveira, presidente executivo da Fundação José Neves; José Fernando Figueiredo, membro do European Innovation Council Equity Fund; Goreti Sales, professora da Universidade de Coimbra; e André Mão de Ferro, cofundador e diretor executivo da C2C-NewCap.
Oportunidades de financiamento em 2021
Conheça as oportunidades de financiamento anunciadas no primeiro programa de trabalho do EIC:
- EIC Accelerator: mil milhões de euros para start-ups e PME desenvolverem e ampliarem inovações de alto impacto com potencial para criar novos mercados ou impactar os existentes. Combina capital (ou quase-capital, como empréstimos convertíveis) entre meio milhão de euros e 15 milhões, com subvenções de até 2,5 milhões de euros. Dos mil milhões de euros orçamentados, 495 milhões de euros destinam-se a iniciativas inovadoras revolucionárias no âmbito do Green Deal Europeu e para tecnologias digitais e de saúde estratégicas.
- EIC Pathfinder: para equipas de investigação multidisciplinares, no valor de 300 milhões de euros. Os investigadores interessados podem submeter candidaturas até 4 milhões de euros em bolsas. A maior parte do financiamento será concedida por via de concursos sem temáticas predefinidas, enquanto 132 milhões de euros serão alocados para enfrentar cinco desafios do Pathfinder: Inteligência Artificial autoconsciente (IA), ferramentas para medir a atividade cerebral, terapia celular e genética, hidrogénio verde e materiais vivos projetados.
- Financiamento de transição EIC: para transformar resultados de investigações em oportunidades de inovação, no valor de 100 milhões de euros. Esta primeira chamada de transição EIC incidirá sobre os resultados gerados por projetos-piloto EIC Pathfinder e projetos de prova de conceito do European Research Council, para amadurecer as tecnologias e construir um business case para aplicações específicas.