Bright Pixel revela tendências de empreendedorismo para 2021

21 tendências traçadas por 21 empreendedores e profissionais nas áreas do retalho, tecnologias, investidores de capital de risco e impulsionadores do setor empreendedor nacional. Este é o foco da iniciativa 21by21, da Bright Pixel.
A Bright Pixel voltou a reunir profissionais do universo do empreendedorismo nacional para auscultar as suas antevisões para 2021. A iniciativa 21by21 envolveu 21 empreendedores e profissionais nas áreas do retalho, novas tecnologias, investidores de capital de risco e impulsionadores do setor em Portugal. Na lista constam os líderes de start-ups como a Advertio, a Didimo, a EatTasty, a Replai, a Sensei, a TAIKA; de entidades, como a Cloudflare, o Dott, a Sonae e Sonae Fashion, e o The Square; e ainda responsáveis da Startup Lisboa, do Instituto Pedro Nunes (IPN), da MAZE, da Bright Pixel, Armilar Venture Partners, da Bynd Venture Capital, da Fraunhofer e da Sonae IM.
Da abordagem a estes profissionais resultou que a sustentabilidade, os novos hábitos de consumo, o trabalho híbrido, os dados e automação e o crescimento e amadurecimento do setor tecnológico serão os grandes temas do próximo ano.
Alexandre Teixeira Santos, responsável pela área de investimento da Bright Pixel, salientou que “todos concordamos que houve uma aceleração da digitalização e que o normal não voltará a ser como antes, contudo, é muito interessante perceber como diferentes pessoas relacionadas com o mundo da tecnologia e da nova economia perspetivam de forma tão própria o próximo ano”.
Do conjunto das 21 tendências apuradas, esta avaliação identificou cinco macrotendências, partilhadas por alguns dos profissionais inquiridos. Ei-las:
1. “O sacrifício do consumismo e da conveniência pela sustentabilidade vai ser cada vez mais evidente”– Foi o destaque do diretor executivo da Startup Lisboa. Para Miguel Fontes esta realidade exigirá maior transparência “sobre a cadeia de valor e impacto dos negócios que apoiamos”.
João Günther Amaral, da Sonae, também partilhou esta visão e salientou que “2021 terá de ser marcado por uma forte aceleração da execução das ações necessárias para atingir as metas do acordo de Paris”. Pedro Almeida, da Fraunhofer, acrescentou que os indivíduos podem adotar comportamento sustentáveis.
2. “2021 será novamente o ano do vídeo, com uma nuance: o vídeo de curta duração irá ultrapassar o Youtube como principal plataforma de entretenimento” – Esta é a expetativa de Francisco Pacheco, cofundador da Replai, secundado por Jorge Pimenta, do IPN, para quem “a necessidade de evasão no turismo e lazer, mesmo que digitalizada, irá potenciar conteúdos digitais como os eSports e o vídeo”.
Noutra vertente, Rui Costa, CEO da EatTasty, acredita que “em tempos de incerteza, a saúde mental é ainda mais relevante e cada vez mais consumidores deverão procurar produtos que os ajudem a manter a concentração e a combater a ansiedade. Em resposta a esta procura, surgirão mais empresas a apresentar produtos com L-Theanine, cafeína e cannabinoids”, assegura.
A personalização continuará a marcar a experiência do consumidor e, segundo Verónica Orvalho, CEO da Didimo, as empresas devem criar “soluções digitais que resolvam melhor os problemas do mundo real e de forma mais pessoal”.
Gaspar D’Orey, CEO do Dott, frisa que as “marcas e retalhistas perceberam o verdadeiro potencial da venda online e irão adotar cada vez mais uma estratégia omnicanal, com o cliente no centro das decisões, e disponibilizar os seus produtos nos seus canais online, mas também em marketplaces nacionais e internacionais”.
3. “O futuro do trabalho é híbrido (e seguro?)” – Os modelos remoto e híbrido têm gerado várias preocupações relacionadas com a cultura empresarial. A questão foi abordada por João Aroso, CEO da Advertio, que questionou se “algumas das melhores ideias geralmente nascem de interações espontâneas entre pares e frequentemente surgem de forma inesperada”, como irão as empresas recriar estas interações em modo remoto?
Mário Alves, CEO da TAIKAI, referiu que encontrar talentos, neste novo contexto remoto, já não é definido por restrições geográficas, mas pelas capacidades e motivação. As equipas não precisam de estar na mesma sala para obter o melhor desempenho. E embora a pandemia não tenha vindo para ficar, esse movimento sim”.
Alexandre Teixeira dos Santos destaca que “as soluções em ambientes multi-cloud capazes de gerir com flexibilidade todos os processos de trabalho estão em alta; que as ferramentas colaborativas também serão ainda mais relevantes, e que o mesmo acontecerá com os produtos e serviços de cibersegurança que precisaremos para nos protegermos enquanto indivíduos e empresas de vulnerabilidades e riscos crescentes”.
4. “2021 será sobre dados” (e automação) – Hugo Martins, da Sonae Fashion, explica que “em poucos meses, muitas pequenas e médias empresas conseguiram recolher o equivalente a anos de crescimento online e dados de clientes e vendas”.
Celso Martinho, diretor de engenharia da Cloudflare, acredita “que estamos perto do início de uma nova Internet: ultra-segura e que preserva a privacidade logo à partida. Que nós, os utilizadores, o exigiremos”.
“Uma das tendências críticas será a automação. Muitas das tarefas manuais e repetitivas já foram gradualmente substituídas pela automação simples e isso irá acelerar drasticamente a passagem para a automação funcional com vários processos automatizados ao nível de todo o ecossistema de negócios”, afirmou também Vasco Portugal, CEO da Sensei.
5. Um futuro positivo para as start-ups – Pedro Ribeiro Santos, partner da Armilar Venture Partners, antevê um futuro positivo na medida em que “a significativa capacidade de investimento local irá continuar a gerar parcerias com mais investidores internacionais para apoiar as nossas start-ups, em vários estágios de desenvolvimento, e poderemos começar a ver empresas de sucesso a fechar o ciclo, originando exits substanciais que adicionam nova capacidade e geram empreendedores e investidores mais experientes”.
Eduardo Piedade, CEO da Sonae IM, também vê 2021 como o “ANO 1 de uma nova era”, marcada por “novas forças” que emergirão do encontro entre “novas tendências e reajustes esperados do regresso à normalidade”.
Francisco Ferreira Pinto, partner da Bynd Venture Capital, destaca o papel das start-ups na recuperação económica, uma vez que são responsáveis pela “geração da maioria dos novos empregos e são especialmente mais relevantes agora que a sociedade se está a tornar cada vez mais digital”.
Por sua vez, António Miguel, partner da MAZE, espera que “os governos condicionados financeiramente na fase de recuperação mobilizem mais financiamento para resultados (ao invés de serviços), abrindo mais oportunidades para colaborações com o setor privado na resolução de desafios crescentes, como o desemprego, up-skilling e requalificação, mudanças climáticas, transformação digital e outros”.