Candidatos mantém-se confiantes nos processos de recrutamento em tempos de pandemia

Ferramentas digitais, métodos inovadores, processos transparentes e céleres e imersão na cultura empresarial foram as questões destacadas pelos candidatos portugueses no mais recente estudo sobre Perspetivas do Recrutamento em Portugal da Michael Page.

O impacto da pandemia na transformação dos processos de recrutamento que passaram a ser feitos à distância, de forma virtual e mantendo o nível de engagement, não abalou a confiança dos candidatos. Esta é a conlusão do estudo da Michael Page sobre como os profissionais portugueses encaram a experiência do processo de recrutamento atual.

De acordo com o estudo, dos 442 profissionais inquiridos de abril a junho deste ano, mais de metade (55%) refere sentir-se igualmente confortável nas entrevistas telefónicas como em entrevistas presenciais. Este número aumenta para 60% em entrevistas realizadas online.

O acesso a novas ferramentas de recrutamento é também referido por uma elevada percentagem de inquiridos, com 75% dos candidatos portugueses que apontam as ferramentas de vídeo, CVs e testes de personalidade como importantes no processo. Mais de metade (61%) admite já ter realizado testes de personalidade para analisar as suas competências.

No que diz respeito à duração dos processos de recrutamento, o otimismo dos candidatos diminui. Mais de metade, 52%, considera que a duração dos processos de recrutamento é demasiado longa. 48% dos candidatos refere que o período de duração das entrevistas decorre entre 2 semanas e 1 mês e 22% refere o prazo inferior a 2 semanas para terminar o processo. Quanto ao número de entrevistas necessárias para se candidatar a um projeto ou trabalho, 49% refere que é entrevistado 2 vezes e 30% realiza 3 entrevistas.

Os inquiridos referem ainda que durante o processo de seleção, chegam a ser entrevistados por 2 pessoas (34%), 32% por 3 pessoas e 26% dos candidatos refere que as entrevistas são por vezes realizadas por 4 ou mais consultores de recrutamento.

A análise inclui ainda os métodos de recrutamento mais utilizados em Portugal. De acordo com os inquiridos, entre os métodos menos utilizados, destacam-se as entrevistas de cenários (roleplays, escape games, gaming e testes técnicos), sendo que menos de 4 em 10 profissionais referem ter sido entrevistados através destes métodos.

“Os resultados revelados no estudo vêm demonstrar que as empresas de recrutamento têm de apostar na inovação e em processos transparentes e céleres, para serem uma fonte relevante de recursos cruciais para o mercado de trabalho em transformação. O fator humano continua a ser essencial, mas as organizações têm de se adaptar à nova realidade e modificar os seus processos, quer de recrutamento, quer de onboarding, privilegiando os meios digitais e métodos que valorizem o potencial dos colaboradores”, disse Álvaro Fernández, diretor-geral da Michael Page Portugal, em comunicado.

Dos dados obtidos, destacam-se ainda a ambição da maioria dos candidatos (95%) em ter uma maior imersão na cultura da empresa durante o processo de recrutamento.

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