Barómetro Hays 2020: 78% dos colaboradores equaciona mudar de emprego
Comerciais, tecnologia de informação, engenharia, marketing e comunicação, logística e supply chain serão os perfis profissionais mais procurados no próximo ano, segundo o Guia do Mercado Laboral 2020, da Hays.
O Guia do Mercado Laboral 2020, da Hays, antecipa alguns dados pertinentes relativamente às tendências e desafios de emprego e de salários no panorama nacional no próximo ano, além de fazer uma retrospetiva do cenário que se viveu em 2019.
Assim, e começando pela análise do ano que está prestes a terminar, o Guia do Mercado Laboral 2020 revela que, de acordo com os empregadores que participaram neste barómetro, este foi, globalmente, um ano positivo. No que toca ao desempenho das suas próprias empresas, 65% frisou que estavam de acordo com as expetativas iniciais, contra 15% que afirmaram estar abaixo, e 20% acima das expetativas. Por outro lado, 91% dos empregadores fizeram contratações, 74% procederam aumentos salariais, 29% aumentaram os benefícios e 52% fizeram promoções.
A falta de profissionais qualificados (53%), a desadequação entre a oferta de profissionais e as vagas disponíveis (49%) e a pouca articulação entre uma legislação laboral rígida (36%), foram as principais dificuldades enfrentadas este ano. Perante esta realidade, 64% dos inquiridos afirmou que este ano teve de recrutar pessoas pouco adequadas às oportunidades de emprego que tinha, e 38% desistiram de concluir processos de recrutamento optando por recursos internos.
Desta forma, esclarecem que 2019 foi um ano para tentar motivar e reter os colaboradores, sobretudo, quando estes são cada vez mais requisitados no mercado de trabalho. Aliás, a atração (54%) e a retenção (51%) foram apontadas como as principais dificuldades na gestão de recursos humanos.
Seguem-se a comunicação interna (31%), a preparação de equipas de management (23%), a formação (18%), a adaptação a uma nova realidade laboral (17%) e as diferenças geracionais (13%). Apesar destes desafios, apenas 36% das empresas referiu adotar políticas internas para ir ao encontro das necessidades de diferentes gerações. Questionados sobre quais perfis profissionais mais difíceis de recrutar, 32% indicou tecnologia de informação, 31% comerciais e 18% engenheiros.
2020 promete novidades
O próximo ano laboral promete novidades de acordo como o barómetro da Hays, já que 82% dos empregadores pretende recrutar e 78% dos colaboradores pretende mudar de emprego. Os comerciais (30%), tecnologia de informação (30%), engenharia (22%), marketing e comunicação (14%) e logística e supply chain (13%) serão as áreas onde haverá maior procura de profissionais.
Já quanto às competências mais valorizadas, os empregadores destacam a apetência para trabalhar em equipa (56%), as competências técnicas (55%), ética/valores (54%), proatividade (53%) e capacidade de trabalho (48%). A experiência internacional (4%), a rede de contactos (3%) e a diplomacia (2%), estão entre as características menos valorizadas pelos empregadores.
Profissionais mais insatisfeitos
Nesta dinâmica empregadores/colaboradores qual foi afinal o grau de satisfação/insatisfação destes últimos em 2019? O Guia do Mercado Laboral 2020 revela que se verificou um aumento de insatisfação em todos os fatores destacados, sendo que os cinco principais são as perspetivas de progressão (74%), os prémios de desempenho (71%), a comunicação interna (62%), o pacote salarial (62%) e a formação (61%).
Por outro lado, o indicador satisfação dominou nos itens relativos à localização geográfica da empresa (79%), aos horários (76%), à qualidade das instalações (75%), à situação contratual (75%) e ao ambiente de trabalho (72%).
Entre as motivações para uma eventual mudança de emprego foram identificadas o pacote salarial (59%), a perspetiva de progressão de carreira (58%), a procura de projetos mais interessantes (48%), a insatisfação com a empresa (22%) e com a chefia direta (16%) e ainda, o stress e o receio de burnout (15%).
Os setores de atividade com maior disponibilidade para uma mudança de emprego são os do retalho (87%), eEngenharia (82%), office Support (81%), contabilidade e finanças (80%) e tecnologias de informação e turismo e lazer (79%).
Perante estes dados, Paula Baptista, diretora-geral da Hays Portugal, destaca que “o aumento da vontade dos profissionais em mudarem de emprego (78%) está equivalente aos anos de crise em Portugal. Um dos possíveis motivos reflete-se no aumento da insatisfação de todos os indicadores tais como a perspetiva de progressão, pacote salarial, formação e chefia direta”. Por isso, conclui, que “num mercado onde se aborda cada vez mais estratégias de retenção e criação de políticas internas é essencial que os empregadores estejam cada vez mais focados na produtividade associado aos prémios de desempenho. Assim, não só os profissionais ficaram mais satisfeitos, como a empresa estará mais predisposta para aumentar salários e permitir a progressão de carreira dos profissionais”.








