Os robots irão a ajudar as pessoas a prestar um melhor serviço

Cuzr, o robot de serviço humanoide apresentado pela chinesa UBTech na CES 2019, a maior feira de tecnologia do mundo, já chegou a Portugal pela mão da Beltrão Coelho. Eduardo Lucena, responsável pela divisão de robótica da empresa, explicou ao Link to Leaders as expetativas que rodeiam este robot.

Os portugueses já podem recorrer aos serviços do Cuzr, um robot de braços e mãos flexíveis, que interage com os utilizadores através de linguagem corporal natural e é capaz de dar apertos de mão, abraços, acenar e apontar.

Representado em Portugal pela Beltrão Coelho, as potencialidades deste robot humanoide são diversificadas desde um aeroporto onde, por exemplo, pode dar informações sobre o estado dos voos, até à receção de um banco ou ser guia num museu. Ou mesmo em ambiente hospitalar onde pode ser programado para lembrar a hora de toma dos medicamentos ou fazer videochamadas.

Cuzr, o robot de braços e mãos flexíveis, que interage com os utilizadores.

A empresa oferece às organizações a possibilidade de tomarem contacto com esta nova tecnologia através do sistema de aluguer. Eduardo Lucena, responsável pela divisão de robótica da Beltrão Coelho, explica o que é que o Cuzr pode trazer de mais-valia ao mercado nacional.

Porque é que existe necessidade deste tipo de serviços em Portugal?
Os robots de serviço estão a subir de interesse no mundo. Estão a ser aplicados em larga escala nos países asiáticos (com a China a destacar-se), mas também nos Estados Unidos, no Canadá, na Austrália e em muitos países europeus (com destaque para a Alemanha e Espanha).

Portugal não pode atrasar-se. Prevemos que, em 2019, os robots de serviço serão úteis para as empresas portuguesas em duas grandes esferas: integrar os planos globais de transformação digital das empresas, onde o robô será mais uma ferramenta entre muitas outras que irão ajudar as empresas a reinventarem-se digitalmente e a melhorarem a experiência dos seus clientes. Por outro lado, agora falando dos eventos, digamos que será útil para ativar marcas, ligando-as à inovação e alta tecnologia.

Que valor é que um robot acrescenta a um serviço?
Isto depende do serviço prestado. Se o serviço prestado for a entrega de produtos, por exemplo, entrega de comida dentro de um restaurante, ele poderá automatizar funções feitas por pessoas.

No caso dos robots que estamos a trabalhar, que são robots humanoides que interagem com as pessoas, dificilmente poderemos dizer que irão substituir as pessoas. Eles irão ajudar as pessoas a prestarem um melhor serviço aos clientes.

Como?
Num museu, por exemplo, o Cruzr poderá dar as boas vindas ao visitante, fazer uma visita guiada em várias línguas, apresentar obras de arte, receber feedback dos visitantes. Se estiver “cansado” (sem bateria), poderá ir sozinho ao ponto de recarga. Depois de carregado volta ao trabalho.

Tiveram, em 2018, a Sanbot, um outro robot de serviço. Qual é o balanço que fazem desta solução?
O balanço é fantástico. Tivemos muita procura, mais do que estávamos à espera. Participámos em 25 grandes eventos nos seis meses em que a Sanbot esteve disponível para o mercado. Participámos em algumas provas de conceito, algumas muito interessantes, como os 15 dias em que a Sanbot esteve a trabalhar num grande hotel de Lisboa como rececionista. Além de tudo, ainda conseguimos vender quatro robots, o que é bem positivo, para um mercado que até então era inexistente.

Em que modalidades operam? Aluguer ou compra do robot?
Nas duas. Hoje em dia, temos de ser flexíveis quanto à forma de pagamento. Para o cliente que deseja ter um robô por apenas alguns dias, temos a modalidade de aluguer. Para a empresa que pretenda usufruir dos serviços de um robot por um período mais alargado podemos vendê-lo já com uma solução de software configurada e personalizada.

Qual seria o investimento necessário para ter um serviço destes?
A Sanbot está a ser vendida pelo preço de cinco mil euros. Já o Cruzr, um robot mais sofisticado, com navegação autónoma, braços e mãos animados, perceção dinâmica, reconhecimento facial, follow e vídeo-chat, o preço é superior e, a solução base, ronda os 16 mil euros.

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