Estudo: 65% das empresas portuguesas não retêm talentos

Cerca de 65% das empresas portuguesas assume ter dificuldade em reter os seus talentos, contra 35% que afirma não ter dificuldade em manter os colaboradores na organização.

Estes são alguns dos dados apurados pelo instituto Kaizen Portugal no seu mais recente barómetro de Recursos Humanos, uma análise que revelou também que a motivação dos trabalhadores nacionais baixou de 13,4 valores, em junho de 2017, para os atuais 12,8 valores.

Outro dado revelante deste barómetro – que inquiriu um painel composto por cerca de 80 responsáveis de recursos humanos de organizações do tecido empresarial português – aponta para o facto das direções de recursos humanos acreditarem que há medidas que devem ser consideradas para reter os talentos nas empresas.

De acordo com 8% dos inquiridos é fundamental apostar na formação e no desenvolvimento dos colaboradores, enquanto 60% destaca a importância de aumentar o grau de autonomia e de responsabilidade, e 48% indica como prioridade aumentar os salários dos colaboradores.

Os benefícios adicionais (fringe benefits) também são identificados por 43% dos inquiridos, tal como a importância de desenvolver sistemas adequados para a avaliação do desempenho (referido por 30% dos membros do painel). 15% desses membros propõe também a realização de ações de mentoring para que os talentos não saiam das organizações.

Millennials e de centennials no topo
As principais fontes de recrutamento de profissionais da geração centennial são as universidades (63%) e as redes sociais (58%). O barómetro Kaizen revela ainda que a geração dos millennials continua a despertar a atenção de quem contrata. Apesar disso, 45% das empresas afirma não ter atividades planeadas para as necessidades desta geração, contra 33% que diz já ter atividades que se enquadram no perfil desta faixa etária, e 22% que revela estar a planear iniciativas ainda este ano.

De acordo com os dados reunidos pelo barómetro, 39% da população ativa em Portugal, será, brevemente, representada por estas duas gerações. Do conjunto das medidas a implementar pelas empresas, 65% destaca o aumento do equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional; 53% frisou a necessidade de flexibilizar os horários de trabalho, e 45% refere a importância de flexibilizar o modelo de trabalho.

Contratados com mais experiência
A quase a totalidade das empresas (97%) referiu a sua intenção de fazer recrutamentos ao longo do ano. Contudo, o barómetro do Instituto Kaizen, revelou que na hora de contratar, 73% das empresas afirmaram optar, em primeiro lugar, por profissionais com experiência até cinco anos. Em segundo lugar, surgem os recém-licenciados, citados por 55% das empresas, e em terceiro lugar os profissionais com experiência entre cinco a 10 anos.Referidos apenas por 3% das empresas encontram-se os profissionais com experiência entre 10 a 20 anos.

Salário verus  benefícios
Ao invés do salário, considerado como o principal atrativo para 40% dos inquiridos, 60% valorizam cada vez mais aspetos como o desafio, a autonomia e a responsabilidade do cargo, a par dos fringe benefits.
Quando questionados sobre o maior desafio atual na gestão de pessoas, 62% afirma que esse desafio passa pela criação da cultura de compromisso e promoção de uma performance de excelência, 20% destaca a atração e retenção de talento, 10% considera como desafio a gestão do sistema de avaliação de desempenho e plano de carreira. Para 8% a maior preocupação reside na garantia de liderança pelo exemplo.

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