A diferença entre quem inova e quem segue as tendências dos competidores

A CB Insights fez um estudo sobre a inovação dentro das organizações. Alguns dos números são surpreendentes.

A inovação é uma das palavras que tem de estar sempre presente dentro das organizações, especialmente nos mercados mais agressivos que podem ser rapidamente ultrapassados por um concorrente que tenha desenvolvido uma tecnologia mais avançada, por exemplo.

O estudo mais recente da CBI Insights incidiu no estado atual da inovação dentro das organizações. Objetivo:   perceber como é que as empresas, mais e menos desenvolvidas, veem a inovação no seu dia-a-dia.

Fotografia por: Chuttersnap.

Quem foi entrevistado

Ao todo, foram mais de 677 líderes, divididos em:

Zonas do globo:
49,5% América do Norte e Sul
37,6% Europa, Médio Oriente e África
12,9% Ásia

Receitas anuais:
38,4% >$10mM
37,4% $1mM – $9mM
13,1% $250M – $999M
7,1% $100M – $249M
14,1% $10M – $99M

Por performance:
Alta performance – top 15% de desempenho financeiro em relação aos competidores
Performance média – desempenho médio em relação aos competidores
Baixa performance – desempenho inferior em relação aos seus competidores

Fotografia por: Anastasia Zhenina.

Quem se importa com a inovação

No que toca à importância dentro das organizações, 84,9% dos entrevistados referiram que a inovação é muito importante. Quanto mais alto o cargo na hierarquia da empresa, maior é a relevância atribuída à inovação.

As grandes empresas, especialmente as que têm receitas superiores a 10 mil milhões de dólares por ano, foram as que deram maior importância à inovação.

41,4% dos executivos referiram que a sua empresa está em risco extremo ou em grande risco de ser ultrapassada devido ao aparecimento de novas empresas e tecnologias emergentes. Apenas 3,8% afirmaram não estar em risco.

Os cinco setores em maior risco são: Média & Entretenimento / Transportes / Serviços Financeiros / Educação / Seguradoras.

Apesar desta preocupação, as empresas parecem não tomar decisões mais arriscadas na procura pela inovação. 78% dos entrevistados referiu que as suas organizações primam pela inovação gradual em vez de arriscarem em inovações disruptivas.

Fotografia por: Riccardo Annandale

Quem potencia a inovação dentro das organizações

O estudo da CBI Insights chegou à conclusão de que as principais fontes de inovação das organizações partem dos clientes e dos funcionários.

Incluídas nas cinco maiores fontes estão ainda a inteligência competitiva, os fornecedores e vendedores e também os parceiros académicos e a literatura científica.

Fotografia por: Mike Kononov.

Quais são as características das organizações mais inovadoras

Em comparação com as organizações com baixa performance, as de alta performance têm três vezes mais probabilidades de inovarem antes dos seus competidores.

Tanto as de média (45%) como baixa performance (54%) não apresentam quaisquer planos de inovação dentro das suas organizações. No entanto, as com performance mais baixa são as que, mais rapidamente, seguem as tendências definidas pelos competidores.

Em média, as empresas investem 78% do seu orçamento destinado à inovação na melhoria dos processos e dos produtos já existentes. Por outras palavras, utilizam este orçamento para se atualizarem em relação aos concorrentes.

Já as empresas de alta performance tentam investir mais em inovação disruptiva, ou seja, em tecnologia que ainda não foi inventada e que pode trazer alterações significativas ao mercado. As organizações que se encontram neste patamar têm duas vezes mais probabilidades de fazerem investimentos arriscados na procura de inovação, quando comparadas às empresas com baixa performance.

Fotografia por: Ramón Salinero.

Os processos de inovação das organizações

– 57% das empresas disseram não seguir um processo de inovação formal;

– Apesar de não terem um processo de inovação formal, 71% das organizações dizem ter uma métrica para medir a inovação;

– A inovação torna-se gradualmente mais complicada no processo de passar da ideia, para desenvolvimento e comercialização;

– No entanto, as empresas com alta performance têm 2,7 vezes mais probabilidade de gerar ideias do que as de baixo desempenho;

– No que diz respeito ao desenvolvimento de inovação, 51% das organizações preferem construir de raiz, 31% através de parcerias, enquanto 18% preferem comprar.

– Como mais de metade das empresas prefere construir de raiz, os processos de inovação são bastante demorados. 60% afirma demorar um ano, ou mais, a criar novos produtos. Mais de 25% dizem demorar dois anos desde a ideia até ao lançamento.

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