Estas são as start-ups mais apetecíveis para as grandes empresas

As grandes empresas estão cada vez mais a virar-se para as start-ups com o objetivo de inovar. Mas há certo tipo de projetos que são mais apetecíveis do que outros. Saiba quais.

No final do mês passado, a Singapore Airlines fechou uma parceria com a Plug and Play, uma plataforma, com sede em Silicon Valley, que tem como objetivo promover a inovação e a criatividade dentro do setor de transporte aéreo.

Este programa, intitulado Plug and Play’s Travel & Hospitality, nasceu em 2016 e já acelerou quase 100 start-ups. A iniciativa apoia este género de projetos com mentoria, acesso a financiamento e a contactos dentro da área. Com a colaboração da Plug and Play, a Singapore Airlines vai ser capaz de identificar e trabalhar com start-ups que tenham desenvolvido novas ideias e tecnologias para o setor.

O papel desta aceleradora, que não só apoia as start-ups como também as apresenta a potenciais clientes e parceiros, é relevante num mundo em que há cada vez mais as grandes companhias querem trazer inovação para dentro da sua organização.

Em Portugal, este tipo de programas teve um crescimento abrupto nos últimos anos. Empresas como a SIBS, a Konica Minolta e a Fidelidade são apenas alguns exemplos de entidades que convidam as start-ups para trabalharem consigo.

Segundo Mike Bechtel, cofundador do Ringleader Ventures – um fundo de capital de risco que foi criado com base na crença de que pode haver uma espécie de simbiose entre start-ups e grandes empresas – existem cinco motivos principais para estas últimas quererem trabalhar com start-ups.

1 – O projeto satisfaz um regulamento obrigatório aplicado pelo governo. Neste caso, contextualizando a nova lei obrigatória que vai entrar em vigor dia 25 de maio, uma grande empresa que ainda não tivesse em conformidade com o novo Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) podia contratar uma start-up que automatizasse todo este processo.

A start-up dá acesso a uma característica que os concorrentes já possuem. Por norma, as grandes inovações nem sempre vêm das grandes empresas, mas sim dos pequenos projetos que têm mais possibilidades de arriscar. A maior parte das aquisições efetuadas por grandes empresas são feitas porque os seus competidores apresentaram soluções idênticas. Pegando no exemplo do setor automóvel, onde alianças como a da Renault-Nissan criaram um fundo de 170 milhões de euros com o objetivo de adquirir start-ups – de forma a entrarem em conformidade com as novas tendências deste mundo -, a Hyundai e a Volskwagen que têm uma parceria com a start-up Aurora, com a finalidade de lançarem táxis autónomos em 2021, ou ainda a parceria entre a Uber e a Volvo, é percetível a procura pela tecnologia usada pelos concorrentes, que, neste caso, passa essencialmente pela Tesla.

3 – Adequa-se a um objetivo a longo prazo da empresa. Tentar mudar a maneira como uma grande empresa opera não é a melhor ideia, visto que grande parte dos colaboradores não vai ser recetivo ao facto de haver grandes mudanças no seu local de trabalho. No entanto, se uma start-up apresentar uma solução que se enquadre no modus operandi da empresa e que acelere todo este processo, o mais provável é as grandes empresas adotarem esta nova solução.

4 – Um executivo sénior da empresa importa-se com a solução a um nível pessoal. Esta é a mais simples de todas. Se tiver oportunidade de se reunir com um dos executivos seniores da empresa e tiver a sorte deste ter algum “carinho especial” pela maneira como vende, ou pela solução em si, é meio caminho andado para ter um novo cliente/parceiro.

5 – Oferece um retorno do investimento imediato e apresenta um caminho delineado para escalar a solução. Por outras palavras, se acrescentar valor ao que a empresa tem atualmente e mostrar como pode trazer melhores resultados no futuro, tem grandes possibilidades de vir a trabalhar com esta entidade.

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