Portugal sobe para 33.º no ranking de competitividade digital do IMD

País mantém tendência de crescimento no ranking pelo terceiro ano consecutivo, inserindo-se num grupo intermédio de maturidade digital.

Portugal subiu duas posições no Ranking Mundial de Competitividade Digital 2025 do IMD – Institute for Management Development, onde passa a ocupar o 33.º lugar, entre as 69 economias mundiais avaliadas. Relativamente à região da EMEA (Europa, Médio Oriente e África), em que se insere num grupo composto por 45 países, ascendeu ao 23.º lugar. Entre os 37 países com uma população inferior a 20 milhões de pessoas, manteve a 21.ª classificação.

O estudo, realizado pelo IMD e que, a nível nacional, conta com a parceria exclusiva da Porto Business School, demonstra que Portugal está inserido num grupo intermédio de maturidade digital, com progressos consistentes, mas desafios estruturais evidentes.

Refira-se que, com este resultado, o país sobe pelo terceiro ano consecutivo no ranking, apesar do panorama competitivo bastante exigente na região EMEA. Comparando com países geograficamente ou economicamente próximos – como Espanha, Irlanda ou Itália –, o desempenho português revela relativa força. Segundo indicadores do IMD, Portugal mantém-se à frente destes países em indicadores globais de competitividade, o que reforça a relevância estratégica do seu avanço digital.

Entre as três categorias avaliadas, Portugal subiu uma posição em “Conhecimento”, alcançando o 28.º lugar. Neste ponto, destaque para os resultados obtidos nas áreas de “Talento” (25.º) e “Concentração científica” (25.º). A maior força identificada foi o “Rácio aluno-professor (ensino superior)”, onde Portugal ocupa a 10.ª posição. Por outro lado, está entre os últimos (61.º) na “Formação de colaboradores”. Já no fator “Tecnologia”, Portugal manteve-se no 36.º posto, graças aos resultados obtidos nos parâmetros “Enquadramento regulamentar” (20.º) e “Capital” (45.º). Aqui, as “Leis de imigração” (5.º) e “Tecnologias de comunicação” (8.º) são identificadas como as principais vantagens competitivas portuguesas, em contraste com as fragilidades em “Banda larga sem fios” (56.º) e “Exportações de alta tecnologia (%)” (52.º).

Por fim, e em sentido contrário, o país perdeu uma classificação na categoria “Preparação para o futuro”. Esta descida está ligada à baixa “Agilidade das empresas” (58.º) e à fraca “Utilização de big data e analytics” – as principais debilidades identificadas pelo IMD –, dimensões altamente valorizadas no panorama global. Já as principais forças de Portugal neste campo prendem-se com os subfatores de “Legislação para proteção de privacidade” (2.º) e “Flexibilidade e adaptabilidade” (11.º).

Suíça lidera ranking global de competitividade digital

A Suíça (1.º), os EUA (2.º) e Singapura (3.º) são os países mais digitalmente avançados entre as 69 economias globais avaliadas pelo Ranking de Competitividade Digital deste ano. O documento reporta ainda que líderes em todo o mundo estão a lidar com a imprevisibilidade da IA, os fluxos de talentos e os desenvolvimentos regulatórios e estes três países provam que infraestruturas de classe mundial e reservas de talentos são atualmente mecanismos adequados nos quais se pode confiar.

“Esta análise revela assim pontos em comum que são particularmente relevantes para o contexto português, demonstrando que a competitividade digital depende não apenas de tecnologia, mas sobretudo da capacidade de mobilizar talento, transformar modelos de negócio e acelerar a adoção de ferramentas analíticas. Portugal tem vindo a evoluir de forma contínua, mas os casos internacionais mostram que um investimento progressivo nestas dimensões é determinante para consolidar uma posição mais forte no panorama global”, explica o IMD em comunicado.

O relatório indica, no entanto, que este paradigma poderá mudar, uma vez que as tensões comerciais estão a afetar cada vez mais os fluxos de dados, as normas técnicas e as prioridades de investimento. Perante a fragmentação comercial atual, os países e regiões estão numa corrida contra o tempo para encontrar novas vantagens estratégicas na esfera digital.

O estudo constatou que as barreiras ao comércio e ao investimento – características significativas da fragmentação geopolítica – estão a ter implicações na capacidade digital das economias, com repercussões para as empresas com operações nessas regiões. Nesse sentido, refira-se que os dados revelam que as economias menos afetadas pela fragmentação comercial estão a avançar rapidamente (por exemplo, o Qatar, no 20º lugar, que subiu seis posições), enquanto as mais afetadas estão a cair (por exemplo, a Austrália, no 23º lugar, que desceu oito posições).

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