Turismo do futuro analisado pelo Fórum Económico. Quatro cenários possíveis.

Quatro cenários futuros para o setor das viagens e do turismo, cada um moldado pela interação entre estabilidade geopolítica, crescimento económico, transições para a sustentabilidade e disrupção tecnológica. A visão é do Fórum Económico Mundial.

Em colaboração com a consultora internacional Kearney, o Fórum Económico Mundial (WEF na sigla inglesa), produziu um white paper sobre a indústria das viagens e do turismo projetado para orientar líderes, governos e investidores na tomada de decisões baseadas em evidências.

Baseado em insights de líderes do setor, formuladores de políticas, académicos, sociedade civil e ferramentas de benchmarking globais, entre as quais o Índice de Desenvolvimento de Viagens e Turismo de 2024, este documento identificou quatro cenários plausíveis no futuro das viagens e do turismo, cada um deles moldado pela interação entre estabilidade geopolítica, crescimento económico, transições para a sustentabilidade e disrupção tecnológica.

Dados que, salienta o Fórum Económico Mundial, ajudam as partes interessadas a definir “estratégias acionáveis ​​para impulsionar a inovação, fortalecer a colaboração público-privada e garantir que viagens e turismo continuem a ser um catalisador para a prosperidade global e para a conectividade intercultural nos próximos anos”.

De acordo com esta análise, o setor de viagens e turismo apresentou uma das recuperações mais surpreendentes da história económica moderna, superando as expetativas pré-pandemia e reafirmando seu papel vital na prosperidade global. Todavia, a rápida mudança tecnológica, a evolução da procura dos consumidores e as crescentes pressões geopolíticas e ambientais sinalizam um ponto de inflexão crítico para o setor.

Então, vejamos os cenários que o Fórum Económico Mundial destaca para este setor de atividade até 2030: um mundo de mil ilhas, caraterizado pela alta fragmentação geopolítica e estagnação económica global; horizontes harmoniosos. A estabilidade gera exploração. O turismo excessivo ameaça o paraíso; ascensão verde. A consciência ambiental transforma as viagens. As disparidades de equidade aumentam; turbulência tecnológica, caraterizada pela acelerada disrupção tecnológica. A IA personaliza tudo. Os humanos adaptam-se ou ficam para trás.

O documento explica que o objetivo destes cenários, que reconhecem a possibilidade de eventos imprevistos nos próximos anos, é “examinar megatendências globais e traçar eventos imprevisíveis, destacando os seus potenciais efeitos cascata no setor das viagens e turismo”. Ao mesmo tempo, “enfatiza a criticidade e o potencial impacto de certos fatores para que as partes interessadas e os participantes do setor os considerem, discutam e incorporem nos seus planos estratégicos”.

O white paper levanta uma questão que prevalece entre os diferentes players deste setor: “como prosperar quando os fundamentos da mobilidade, sustentabilidade e intercâmbio económico estão a ser reescritos em tempo real?”. De acordo com os responsáveis pela análise, a resposta de todos os intervenientes desta indústria a esta questão determinará se as viagens e o turismo se tornarão uma força global para o bem ou algo completamente diferente.

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