Líderes explicam como estão a mudar a sua liderança para abraçar a inclusão

Como garantir que modelos de liderança sejam inclusivos e acessíveis a todos? O World Economic Forum dá algumas pistas através da experiência de jovens líderes internacionais.

Os avanços tecnológicos estão a marcar a atualidade, a par de questões sociais como diversidade, equidade e inclusão cada vez mais transpostas para o setor profissional. Nessa medida, também as lideranças vivem tempos de mudança, já que se exige que os líderes sejam empáticos e estejam sensibilizados para a importância da diversidade.

A nova geração de líderes está a preparar-se para a transformação em curso e a redefinir modelos de liderança acessíveis e que garantam inclusão a todos. As preocupações de alguns jovens líderes foram partilhadas com o World Economic Forum (WEF) e selecionamos seis que deixam algumas pistas de como estes estão a abraçar o novo paradigma de liderança.

Juliana Chan, fundadora e CEO, Wildtype Media Group, é uma das jovens líderes que partilha, no seu caso, o que aprendeu sobre a promoção de mulheres para cargos de chefia. Explica ter descoberto que, regularmente, as mulheres recusam uma promoção mesmo que sejam perfeitas para o cargo. Por essa razão, Juliana Chan alterou a forma como desencadeia essas promoções, ou seja, começa progressivamente a reforçar a visibilidade e a liderança das mulheres que quer promover. Assim, quando a promoção é efetivamente proposta, mostra-lhe que já estavam a desempenhar essa função muito bem. Desde que adotou este formato, revela, todas as promoções que efetuou nos elementos femininos da sua equipa foram aceites sem hesitação.

Num outro registo, Raju Narisetti, líder da McKinsey & Company, afirma que o que se precisa nos líderes de agora é “uma vontade de não se tornarem vítimas da mentalidade de rebanho prevalecente em torno de calendários urgentes, mas irrealistas”. Salienta que o crescimento inclusivo e sustentável deve ter como objetivo melhorar tanto o meio ambiente como os meios de subsistência e que, por isso, os líderes precisam de juntar estas vertentes com um realismo pragmático.

O CEO e cofundador da SkyCell, Richard Ettl, destaca que no seu caso adotou um modelo de liderança baseado em valores, visão e pensamento empreendedor. A visão é a razão pela qual a organização está fazer algo. Os valores atuam como proteção na tomada de decisões difíceis, e o pensamento empreendedor permite que todos, de todos os níveis, pensem na visão e em como chegar lá.

Geoffrey See, CEO e cofundador, Poko, reconhece que à medida que a IA transforma muitas das tarefas que ele e a sua equipa realizam, o seu papel de liderança agora é o de educador. “Ajudo a minha equipa a desenvolver a cultura e as skills certas para experimentar IA em todas as funções, e trabalho com eles para dar vida aos casos de uso mais promissores que eles propõem”, explicou ao WEF.

Shani Senbetta, fundadora e CEO da Kidame Mar, destaca o seu trabalho de apoio às mulheres rurais na Etiópia para iniciarem as suas próprias microempresas, com o objetivo de tornar as oportunidades económicas mais acessíveis. Explica que esta abordagem envolve mais do que apenas fornecer às pessoas as ferramentas para terem sucesso, mas sim desenvolver a sua capacidade para utilizar estas ferramentas de forma eficaz. “É um modelo de liderança baseado no empoderamento e não na caridade”, afirma.

“À medida que a próxima geração redefine a liderança, estamos a abraçar modelos inclusivos e acessíveis, como a liderança compassiva, que dá prioridade à empatia e à colaboração, e à liderança transformacional e verdadeira, que inspira mudanças positivas e transparência”, opina Ashish J. Thakkar, CEO do Grupo, Y9. Este jovem líder acredita na liderança partilhada com amor, onde diversas perspetivas contribuem para a tomada de decisões com uma perspetiva de que “todos devem ganhar”.

Comentários

Artigos Relacionados