6 em cada 10 funcionários não lê comunicados internos da empresa

Estudo brasileiro revela setores que registam maior engagement com a sua comunicação interna, com as ONG a liderarem o ranking.

Nunca antes, como agora, a comunicação interna assume tanta importância nas organizações, ao garantir uma correta, adequada e atempada transmissão de informação relevante aos seus colaboradores que, devido ao contexto atual, se encontram mais dispersos e longe fisicamente. Na realidade é tão relevante ter os processos, modelos e sistemas adequados às necessidades da organização e das suas pessoas, como saber comunicá-los, de forma clara e inequívoca.

Mas será que a comunicação interna chega aos colaboradores? Segundo um estudo da empresa brasileira Comunica.in, os setores financeiros, retalho e educação, apesar da elevada frequência de envios, têm taxas de visualização – portanto, de engagement – abaixo da média geral.

“Esses dados mostram que, mesmo tendo muito a dizer, é preciso procurar compreender melhor a base para chegar de forma mais efetiva às pessoas”, afirma Felipe Hotz, CEO e cofundador da Comunica.in, plataforma que atua na gestão, análise e automação da comunicação interna

O Trend Report C.I, o seu primeiro relatório sobre tendências de comunicação interna produzido a partir de informações recolhidas da base de dados da empresa, analisou o comportamento de mais de 270 mil colaboradores impactados por 34 milhões de envios pela plataforma, em 13 segmentos de atuação.

O relatório verificou que as ONG têm elevada envolvência com as suas comunicações, com uma taxa de visualização de comunicados de 74,5%. “Isto deve-se ao facto de este segmento ter a menor base de colaboradores registada e uma boa frequência de envios”, afirma Hotz.

A indústria – que conta com uma das maiores bases de colaboradores – é o setor mais equilibrado, com frequência de envios abaixo da média, mas com uma taxa de visualização acima da média. Ainda assim, o setor apresenta um desafio particular: o de chegar aos trabalhadores que estão na linha de produção, por exemplo.

O setor de serviços é o que apresenta maior aderência à comunicação interna, emitindo, em média, 500 comunicados por mês, para uma base de aproximadamente 60 mil colaboradores registados na plataforma, com taxa de abertura de 51,6%.

Já o setor com menor engagement é o imobiliário, com 23,7%, seguido pela saúde, com 34,2%.

Partindo para uma análise geral de todos os setores ativos na plataforma, os dados apontam que apenas 4 a cada 10 colaboradores visualizam as comunicações enviadas pela empresa, com taxa média de visualização de 42%. E que 6 em cada 10 não se dá ao trabalho de ler os comunicados.

Outra descoberta interessante do estudo é o uso do WhatsApp na comunicação interna. A app ocupa o primeiro lugar entre os canais com maior taxa de visualização de comunicados, representando mais da metade (55,5%) do total. Também estão na lista e-mails corporativos (45,6%), ferramentas internas (11%) e a plataforma Teams (9,3%).

 

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