52% dos portugueses não se sente confortável a falar de finanças pessoais

Uma análise da Klarna conclui que 79% dos portugueses tem interesse no tema finanças pessoais, mas que 52% não se sente bem a falar sobre o assunto.
A plataforma internacional de compras e pagamentos Klarna divulgou os resultados da sua mais recente pesquisa sobre os hábitos financeiros de mais de 19 mil consumidores, de 18 países, da qual foi possível extrair alguns dados e insights sobre o mercado português no que concerne às finanças pessoais dos portugueses no dia a dia.
Alusivo ao segundo trimestre deste ano, o “Money Management Pulse” destaca o elevado interesse acerca do tema finanças pessoais, o que poderá estar relacionado com a atual instabilidade económica vivida à escala global, avança a Klarna. O estudo mostra que 79% dos portugueses tem um elevado interesse no tema, valor que supera a média global de inquiridos (70%), e que só é ultrapassado pelos inquiridos da Grécia que chegaram aos 85%.
Outro indicador relevante no estudo é que em muitos países, o interesse nas temáticas relacionadas com finanças pessoais é mais revelante no género (mulher/homem) do que na idade. Globalmente, os homens expressam maior interesse em finanças pessoais do que as mulheres, com uma diferença mais acentuada na Suécia. Os únicos países onde esta situação se inverte são Noruega, Portugal e Grécia.
Apesar da maioria dos inquiridos nesta pesquisa mostrar sentir-se à vontade a falar sobre dinheiro, ainda há um grupo significativo que considera o tema tabu. Parece ser o caso dos portugueses já que 52% afirmou não se sentir confortável em falar sobre finanças pessoais com outras pessoas. As diferenças geracionais também parecem ter algum impacto na abordagem que é feita ao tema, visto que apenas 27% dos Baby Boomers se sente confortável a falar sobre o tema versus 66% da Geração Z.
Relativamente aos locais preferenciais para obter informações sobre finanças pessoais, as redes sociais são uma fonte frequente para muitos dos inquiridos. Mas também neste ponto existem diferenças em função dos países. Por exemplo, 40% dos americanos inquiridos referem que procuram obter informações sobre o tema junto de influenciadores de redes sociais, contra apenas 15% dos portugueses que também o fazem. Estes últimos preferem recorrer a livros e revistas especializadas no tema das finanças pessoais (23%).
Tal como no trimestre anterior, também neste o dinheiro foi a forma de pagamento preterida. Apenas em dois dos 18 países inquiridos, o dinheiro foi o meio de pagamento preferencial. Verifica-se também que a preferência pelo pagamento digital e mobile é crescente na Gen Z, com 48% dos inquiridos a recorrerem a esta modalidade.
No caso português, por exemplo, regista-se um aumento do recurso ao telemóvel – 25% no 1.º trimestre de 2023, face a 31%, no segundo trimestre -, enquanto o uso de cartões físicos desceu de 53% para 47% nos mesmos períodos.
No que toca ao futuro, tal como no anterior trimestre, a maioria dos países mostra-se otimista, com apenas os inquiridos da Áustria e da República Checa a considerarem que as suas situações financeiras serão piores daqui a um ano. Refira-se, ainda, que em Portugal, 44% dos inquiridos acredita que a sua situação financeira será melhor daqui a um ano, versus 19% que pensa o contrário.