Entrevista/ 5 questões a Ricardo Mendes, cofundador e CEO da Vawlt

“Uma start-up deve, antes de tudo, assentar numa ideia inovadora e robusta”, afirma Ricardo Mendes. O cofundador e CEO da Vawlt lembra que, “no final do dia, as pessoas estão no centro de tudo”.

Criada em 2019 no LASIGE (centro de investigação da Universidade de Lisboa) por Ricardo Mendes, Tiago Oliveira e Alysson Bessani, a Vawlt desenvolve serviços de armazenamento virtuais adaptados às especificações dos utilizadores, fáceis de integrar em quaisquer tipos de infraestruturas. Os dados são armazenados em vários fornecedores de cloud simultaneamente, o que garante níveis de segurança e resiliência inigualáveis.

No mês passado, esta spin-off da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Ciências ULisboa), fechou uma ronda de investimento de 2,15 milhões de euros, um montante que, referiram na ocasião os fundadores da Vawlt, irá contribuir para impulsionar a inovação do seu produto.

Desafiado pelo Link to Leaders, o cofundador e CEO Ricardo Mendes partilhou a sua visão sobre o que fazer para atrair investimento, erros que as start-ups não devem cometer e ainda o que entende por inovação.

O que é inovação para si?
Inovação é fazer algo que nunca foi feito, ir para lá do que existe. Neste espectro, a inovação exige uma dupla habilidade intrínseca: visão e execução. A visão de antever um futuro transformado pelo inexistente e a execução precisa para materializar esse futuro.

“No final do dia, as pessoas estão no centro de tudo (…)”.

Qual a competência chave para exercer a liderança hoje em dia?
São várias, mas se tivesse de escolher uma, seria a capacidade de perceber as pessoas, a empatia. No final do dia, as pessoas estão no centro de tudo, e compreender profundamente as dinâmicas humanas, reconhecendo o que move, preocupa ou energiza as pessoas, constitui a pedra angular de uma liderança eficaz.

Uma ideia que gostaria de implementar?
Imensas, muitas delas nem são relacionadas com a área tecnológica. Mas a mais importante é a atual, a tornar possível às organizações o controlo total sobre os seus dados, promovendo um mundo onde a segurança e a soberania dos dados são facilmente salvaguardadas.

“Os investidores procuram mais do que ideias brilhantes, procuram pessoas que consigam executá-las, adaptando-se e superando obstáculos”.

Que argumentos não devem faltar numa start-up para atrair investimento?
Uma start-up deve, antes de tudo, assentar numa ideia inovadora e robusta. No entanto, a pedra de toque para conquistar investidores reside na demonstração de capacidade de execução por uma equipa que personifica compromisso e resiliência. Os investidores procuram mais do que ideias brilhantes, procuram pessoas que consigam executá-las, adaptando-se e superando obstáculos.

Erros que as start-ups nunca devem cometer?
Todos os erros são admissíveis, com a exceção dos relacionados com a ética. Falhas nesta área, seja por falta de seriedade, transparência ou integridade, não podem acontecer, independentemente da situação.

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