4 erros que podem arruinar um negócio de ecommerce

Gerir um negócio de ecommerce não é uma tarefa fácil. São muitos os desafios e o menor erro pode significar prejuízos para a empresa e dores de cabeça para o gestor. Conheça os quatro erros mais comuns a evitar quando inicia um negócio nesta área.
Hoje em dia é difícil encontrar alguém que não tenha – no mínimo – lançado um negócio na área do comércio eletrónico. Os EUA são líderes mundiais, com cerca de 14 milhões de sites de comércio eletrónico registados, um número que vai continuar a aumentar à medida que as vendas online ganham força.
Embora a criação de uma loja de comércio eletrónico seja mais fácil hoje em dia, conseguir vendas e ter sucesso pode ser mais difícil do que parece e muito devido à concorrência.
Segundo Martins Lasmanis, cofundador e CEO da Supliful, uma plataforma de bens de consumo “on demand”, “tenho um lugar na primeira fila para assistir às provações e triunfos das empresas digitais atuais. Já vi empresários de primeira viagem alcançarem sucesso que mudou a sua vida e já vi grandes ideias fracassarem devido a uma má execução e a tudo o resto“.
“O que notei é que as pessoas têm sucesso de muitas maneiras diferentes, mas muitas vezes falham na mesma. É difícil identificar uma história de sucesso antes de ela acontecer, mas é fácil dizer se um negócio vai ter dificuldades”, acrescenta o responsável, apontado ao Entreprenerus os 4 erros mais comuns que podem arruinar um negócio de ecommerce.
1. Render-se à perfeição
O perfecionismo é um vício comum entre os empreendedores de primeira viagem, uma vez que aqueles procuram sempre imitar os melhores exemplos da indústria e esquecem-se que as grandes empresas têm muitas vezes equipas inteiras de programadores, designers e redatores na equipa. “A perfeição é simplesmente irrealista”, diz Lasmanis.
Assim, o grande truque é concentrar-se num MVP – um produto mínimo viável. A ideia por detrás de um MVP é fazer o mínimo necessário para obter um produto funcional ou, neste caso, uma loja. E depois, quando estiver a funcionar, pode melhorar até ficar satisfeito. Isto ajudará a ultrapassar “a paralisia da perfeição e a concentrar-se naquilo que realmente faz a diferença”, reforça.
2. Vender para todos
“Construir uma marca sem compreender o cliente é como navegar em alto mar sem bússola”, exemplifica o CEO da Supliful.
O ABC do empreendedorismo ensina que, para que a sua empresa seja bem-sucedida, tem de responder a uma necessidade real. E cabe ao empresário identificar quem tem essa necessidade. Esse público terá características únicas, incluindo dados demográficos, preferências, pontos fracos e muito mais. As empresas bem-sucedidas aproveitam estes fatores para criar mensagens personalizadas, para escolher as melhores plataformas de publicidade e para desenvolver a sua oferta. Por outro lado, as empresas malsucedidas não sabem quem são estes clientes de elevado potencial e optam por mensagens generalizadas que se destinam a todos e a ninguém em particular.
3. Recusa em adaptar-se ou admitir erros
O insucesso é uma parte que não se consegue afastar do espírito empresarial inicial. Infelizmente, é também nesta fase que as pessoas são mais idealistas, ou seja, têm expectativas sobre a forma como tudo irá funcionar e ficam com uma visão limitada para dar vida a uma ideia específica.
Como seria de esperar, esta visão inicial é normalmente mal orientada. Quer destacar-se com uma marca distinta? Há alguma razão para que mais ninguém o esteja a fazer.? Quer levar um produto a um novo público? Há uma razão para que esse público não se tenha interessado por esse produto?
A caraterística distintiva de uma empresa de elevado potencial é a capacidade de reconhecer quando a sua ideia não funciona e de encontrar uma alternativa, evitando perder recursos num conceito falhado. Se algo não funcionar, adapte-se e mude.
4. Tentar fazer malabarismos sozinho
Passar da ideia à primeira venda requer uma grande variedade de competências, o que significa que os empresários a solo têm de “usar muitos chapéus”. Têm de ser designers, redatores, criadores de sites, especialistas em experiência do utilizador, contabilistas, gestores de parcerias e profissionais de marketing – e tudo isto sem sequer mencionar o produto em si, que inclui design, fornecimento, logística, fotografia e muito mais.
Algumas pessoas conseguem, e isso é admirável. Mas não é preciso fazer tudo sozinho! A verdade é que querer fazer tudo sozinho pode levar a que os aspirantes a empresários sejam sugados pela aprendizagem de competências periféricas, por exemplo, design gráfico, quando, na realidade, precisam de pouco mais do que um logótipo, que não teria um custo muito elevado para a empresa se fosse feito por outra pessoa.
E como os empresários não são super-heróis, ficam esgotados com a aprendizagem constante e abandonam as suas ideias de negócio só porque não conseguem gerir algo que poderiam ter pago a outra pessoa para fazer. É óbvio que aqueles que lutam gostam de usar a sua adversidade como um distintivo de honra. Ter orgulho em fazer as coisas da maneira mais difícil é da natureza humana. Mas não é necessariamente um bom negócio.