10 start-ups europeias de viagens que apostam no “vá para fora cá dentro”

Com as restrições decorrentes do novo coronavírus, e numa altura em que se desaconselham as viagens para o exterior, o turismo local e rural pode disparar em todo o mundo. E há start-ups europeias preparadas para fazer face a esta procura. Portuguesas, inclusive.

Por norma, esta é a altura do ano em que costumamos tirar uns dias de férias para nos desligarmos do trabalho e escapar das rotinas. Mas, ainda antes do verão ter chegado, já muitas pessoas tinham cancelado os habituais planos de férias devido à pandemia, que acabou por causar o cancelamento de voos e o encerramento de algumas fronteiras. Por isso, nas atuais circunstâncias, viajar para outro país pode não ser a melhor ideia. O que não significa que o verão, ou seja, as férias, esteja arruinado.

Basta olhar à volta e ver as novas propostas que o setor de turismo, um dos mais afetados por esta crise, está a apresentar aos clientes. O setor reinventou-se e encontrou novas formas para ultrapassar as limitações do momento e prevê-se uma “explosão” no turismo rural e local. O crescente número de pessoas dispostas a experimentar as viagens no seu próprio país pode potenciar uma tendência de médio a longo prazo, e fazer com que as start-ups que atuam neste segmento ganhem um forte impulso. A EU-Startups reuniu os exemplos de 10 start-ups europeias, que define como promissoras, que apostam no mercado do turismo rural.

Indie Campers – A start-up lisboeta é uma das principais players de aluguer de autocaravanas na Europa. Com uma frota de mais de 400 veículos e a operar em 60 localizações europeias, a Indie Campers tomou medidas extra para acomodar os viajantes e garantir que permanecem seguros. Recomenda que se viaje dentro do país de origem e, para promover o conceito, criou rotas especiais no seu website. Além disso já ostenta o selo Safe & Clean emitido pelo Turismo de Portugal.

Trip Admit – A start-up irlandesa, fundada em 2019, arrecadou 300 mil euros durante a pandemia para apoiar organizações de turismo na Irlanda a manterem o negócio. Os fundadores chegaram à conclusão de que 80% dos fornecedores de atividades não têm reservas online, principalmente nas áreas rurais e regionais. Para solucionar a questão e colocar o turismo rural no mapa digital, a plataforma passou a integrar os sites dos operadores de turismo e de tours e permitir que vendam através do seu próprio site e de sites de terceiros.

Waynabox – Criada em Barcelona em 2016 para dar uma volta ao setor das viagens, esta start-up organiza viagens inesperadas de fim de semana para um destino surpresa que os viajantes descobrem apenas dois dias antes da partida. Tudo a um preço fixo que começa em 150 euros. Nas circunstâncias atuais proporcionam o mesmo estilo de viagem, mas sem cruzar fronteiras e com a promoção de experiências locais.

Camptoo – Com a “nova” normalidade deste ano, em que domina a obrigatoriedade de evitar multidões, alugar uma caravana e explorar a natureza pode ser uma ideia a considerar nas férias. A Camptoo nasceu em 2014 em Den Haag, nos Países Baixos, como  plataforma para reservar caravanas de propriedade privada.
Em média, as “casas sobre rodas” são utilizadas apenas quatro semanas por ano, e comprar uma sai bastante caro. Assim, a Camptoo tem como objetivo ajudar o proprietário e o cliente, e dar uso à caravana o ano todo. Opera em várias cidades da Europa e da Austrália, e no mês de junho foi apresentada na imprensa britânica como uma opção promissora para “ir para fora cá dentro”.

Secret City Trails – Arrancou em Amesterdão em 2017 como uma forma divertida e criativa de levar os moradores a redescobrirem a sua própria cidade. Hoje está sediada em Lisboa e proporciona jogos em 50 destinos europeus aos habitantes locais e aos visitantes. Devido à situação atual está a incentivar os locais a descobrirem as suas cidades de novo. Os seus enigmas/jogos não necessitam de guia, logo não há interação com terceiros. Podem ser feitos em grupos de até seis pessoas e recorrem apenas aos telemóveis.

PaulCamper – Esta start-up com sede em Berlim angariou 7 milhões de euros no verão de 2019. Os utilizadores podem alugar autocaravanas e caravanas através da plataforma de sharing PaulCamper, para explorar áreas rurais locais e praias. Com vários pontos de aluguer na Alemanha, a start-up está a preparar opções para os viajantes locais manterem o distanciamento social, seja num lago, na floresta, no campo ou na costa marítima.

PANGEA – Com sede em Madrid, esta loja de viagens de aventura quer ajudar os turistas a encontrar tudo aquilo de que precisam para atividades como acampar, fazer caminhadas ou piqueniques. Fundada em 2015, adaptou-se para se encaixar nas experiências de viagens rurais locais. A start-up encontrou a maneira ideal para os espanhóis descobrirem, no seu país, locais que se assemelham a locais internacionais famosos e, assim, criarem o próprio mapa-mundi dentro de fronteiras.

Nautal – Fundada em 2013, está a apostar na liberdade que se sente nas atividades náuticas. Se sabe manobrar um barco, pode alugar um e usufruir do mesmo nível de isolamento social que teria se alugasse uma autocaravana. Esta start-up angariou cerca de 3,7 milhões de euros, e implementou medidas rígidas de higiene e de segurança nos barcos e equipamentos para que os turistas possam usufruir do seu tempo de lazer de forma segura.

Snaptrip – É um mercado para as pessoas pesquisarem e reservarem férias de última hora em casas de campo (denominadas “cottages”) no Reino Unido. Nascida em Londres em 2014, e tendo captado cerca de 5 milhões de euros em financiamento, a plataforma tem mais de 60 mil casas típicas que podem ser reservadas com apenas uns cliques. O objetivo é tornar-se no site número um do Reino Unido em estadias deste género. Com as restrições de viagem e o distanciamento social em vigor, os britânicos podem ter de passar do ensolarado Mediterrâneo para o interior do Reino Unido, e a Snaptrip está a aproveitar esta tendência ao máximo.

GlampingHub – Nascida em Sevilha, esta start-up tem hoje um segundo escritório em Denver, no Colorado, EUA, e obteve cerca de 7 milhões de euros em financiamento. É uma das plataformas líderes em acomodações “glamping” (acampar de forma glamorosa/premium) no mundo, promovendo o acesso à natureza com todo o conforto que se encontra num hotel. Nas atuais circunstâncias, desligar-se por alguns dias numa tenda com o tema safari no meio da Europa parece uma ideia apelativa e a melhor maneira de praticar distanciamento social.

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