Tem uma start-up de inteligência artificial? Saiba como acompanhar a evolução tecnológica.

O lançamento de novos modelos de código aberto pode deitar por terra anos de trabalho das start-ups de um dia para o outro. Evite estas quatro armadilhas e torne a sua empresa resiliente o suficiente para acompanhar os avanços da tecnologia.

Cada vez mais a inteligência artificial veio para ficar e veio mudar a forma como olhamos para o mundo. Todos os dias é criada uma start-up focada na inteligência artificial, mas, tendo em conta que a tecnologia avança à velocidade da luz, importa saber o que é preciso fazer para acompanhar esta evolução.

De acordo com o Entrepeneur, existem quatro dicas fundamentais para que a sua start-up seja suficientemente resiliente para suportar os rápidos avanços da inteligência artificial (IA) e o ecossistema tecnológico em constante evolução.

1. Desenvolva um produto baseado em IA e com integrações de fluxo de trabalho e experiência do utilizador
Imagine que lançou uma start-up que cria recursos de jogos para empresas de jogos, utilizando IA. Os utilizadores carregam imagens, definem estilos e disponibilizam descrições textuais para novos designs, aspetos aos quais a sua IA dá vida. No entanto, esta IA não está integrada nos fluxos de trabalho diários dos designers nem é melhorada com base nas suas necessidades em evolução.

Surge então a seguinte questão: o que impedirá os seus clientes de mudarem para um concorrente que ofereça uma solução melhor? A IA deve estar integrada nos fluxos de trabalho dos clientes, adaptar-se ao longo do tempo e proporcionar uma experiência memorável. Veja-se o exemplo da Notion. Pode não ser um gigante da IA, mas os seus utilizadores gostam da experiência intuitiva de anotar notas melhoradas por um assistente de IA. Mesmo com modelos disponíveis, os utilizadores mantêm-se fiéis à Notion pela sua experiência de IA integrada.

2. Assegure-se de que o seu produto se adapta a determinados segmentos de mercado
Se não estiver a criar uma infraestrutura de alta tecnologia a partir do zero, pode ser ambicioso criar um produto de IA com um foco mais alargado. Isto porque, em primeiro lugar, os líderes de mercado estão a incorporar rapidamente a IA de ponta nos seus produtos, impulsionados pela necessidade de se manterem competitivos e pela facilidade de utilização de API – Application Programming Interface (Interface de Programação de Aplicações).

A este respeito, veja-se, por exemplo a colaboração da OpenAI com a Zapier que representou um desafio significativo para a Adept AI, uma start-up constituída por investigadores de IA, uma vez que ambas as empresas têm como objetivo facilitar a automatização do fluxo de trabalho informático através de comandos de linguagem natural. Este cenário ilustra que, optar por um foco alargado e amplo na inteligência artificial, pode ser arriscado, mesmo para equipas com grandes qualidades técnicas.

Em segundo lugar, apesar do compromisso das grandes empresas de IA com as tecnologias de base, a verdade é que, cada vez mais, estão a ramificar-se em camadas de aplicação para aumentar as receitas, visando áreas em que um esforço mínimo produz um impacto alargado. Esta mudança para produtos com objetivos expansivos sugere uma possível estratégia para as start-ups de IA de pequenas dimensões: concentrarem-se num segmento de mercado altamente especializado.

3. Evite limitar o seu produto de IA apenas como um plugin para um software já existente. Opte por uma solução autónoma.
O aparecimento de APIs de inteligência artificial generativas levou a que várias empresas melhorassem as ferramentas utilizadas no seu quotidiano, tais como o Excel e o PowerPoint.

Por exemplo, foram criados plugins melhorados com IA para aumentar as experiências dos utilizadores nestas aplicações, ou seja, foram desenvolvidas ferramentas que permitem aos utilizadores automatizar tarefas rotineiras do Excel, aumentando significativamente a produtividade dos colaboradores. E a verdade é que a criação destas ferramentas levou a um aumento da procura.

No entanto, o panorama mudou quando as principais plataformas começaram a integrar as suas próprias soluções de IA, como o Microsoft Copilot for Finance ou as funcionalidades de inteligência artificial da Google no Gmail.

Daqui as start-up podem retirar uma lição: depender de uma única plataforma pode ser arriscado. Garantir a resiliência da uma empresa significa diversificar a sua dependência e inovar continuamente para que a empresa se mantenha relevante num ambiente tecnológico em rápida evolução, reforça o Entrepreneur.

4. Desenvolva soluções que recebam o apoio natural do ecossistema de IA
Por último, mas não menos importante, importa concentrar o arranque da IA em áreas suscetíveis de receber apoio do ecossistema, ou seja, é importante apostar em áreas em que faça sentido a utilização da IA, sem que comprometa os resultados.

As grandes empresas de inteligência artificial estão continuamente a desenvolver modelos com a capacidade de revolucionar várias indústrias e negócios de diferentes escalas. No entanto, a integração destes modelos não está isenta de desafios. Isto porque, apesar da IA estar a ganhar cada vez mais terreno no nosso dia a dia, a verdade é que as empresas ainda hesitam em implementar estes modelos devido a incertezas quanto à segurança dos resultados e a preocupações com a privacidade dos dados.

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