Tédio no trabalho leva 40% dos profissionais a ponderar mudar de empresa
Adecco alerta para um fenómeno silencioso que ameaça a motivação, a produtividade e a fidelização de talento nas organizações.
Um em cada quatro colaboradores já se sentiu entediado no trabalho e 40% dos profissionais afirmam que abandonariam a sua função se se sentissem desmotivados ou sem estímulo. Esta informação, que reflete uma realidade em crescimento, está a gerar preocupações reais nas empresas. O alerta é da Adecco que refere que o tédio no trabalho é um dos fatores mais subvalorizados na gestão de pessoas, mas pode ser determinante na decisão de sair, sobretudo entre as gerações mais jovens, mais exigentes em relação ao propósito e ao equilíbrio emocional no local de trabalho.
Segundo a empresa, os principais sinais de alerta passam por tarefas repetitivas, ausência de desafios, sensação de estagnação ou falta de alinhamento entre o perfil do colaborador e as funções que desempenha. O problema, sublinha a Adecco, não é a existência de rotinas, mas sim a falta de significado e progressão percebida.
“Este é um fenómeno silencioso, que não causa ruído, mas contamina a motivação por dentro. O tédio é um fator real de desgaste, e as empresas devem agir preventivamente para evitar que leve à perda de talento qualificado”, afirma Alexandra Andrade, Country Manager da Adecco Portugal.
Para combater o problema, a Adecco destaca seis estratégias práticas que podem ser adotadas por empresas e colaboradores:
1. Alterar o ambiente de trabalho
A rotina em excesso cansa. Trabalhar uma vez por semana num novo local, como um cowork ou uma cafetaria, pode renovar a motivação.
2. Aprender algo novo
Explorar novas competências, fazer formações curtas ou aprender com colegas mantém o cérebro ativo e o interesse elevado.
3. Assumir mais responsabilidade
Tarefas que desafiam as competências trazem sentido ao trabalho e ajudam a reforçar o sentimento de contributo.
4. Promover pausas e momentos de descontração
Atividades simples como música, jogos de equipa ou iniciativas de bem-estar têm impacto direto no humor e no foco.
5. Cuidar da saúde mental
O tédio pode ser um reflexo de stress, ansiedade ou insatisfação mais profunda. Meditação, escrita, exercício físico ou contacto social ajudam a recuperar o equilíbrio.
6. Falar abertamente com os líderes
Partilhar a sensação de estagnação com chefias pode desbloquear novas oportunidades ou ajustes internos.
A análise da Adecco reforça que o tédio não deve ser confundido com desinteresse. “Muitas vezes, trata-se apenas de uma ausência de estímulo, de clareza ou de perspetiva de evolução, algo que pode ser resolvido com pequenas mudanças no ambiente, no estilo de liderança ou nas funções atribuídas”, explica a empresa.








