Start-up holandesa quer resolver os problemas das baterias da indústria IoT

A Nowi lançou um pequeno chip que recolhe energia que pode alimentar dispositivos continuamente. A troca de baterias pode assim deixar de ser um problema.

A start-up holandesa Nowi desenvolveu um pequeno chip de recolha de energia que poderia resolver um dos maiores obstáculos da indústria de Internet of Things( IoT): a necessidade de trocar baterias. O minúsculo dispositivo, que está a ser apresentado como parte do mais recente chip IoT de banda estreita da Huawei, pode transformar luz (mesmo a partir de lâmpadas internas relativamente escuras) em energia suficiente para alimentar um pequeno dispositivo de IoT indefinidamente.

Embora existam outros grupos de pesquisa e empresas a trabalhar neste domínio, a solução Nowi, que começou como um projeto de investigação na Universidade Técnica de Delft, é a primeira a ser apoiada por uma grande empresa de chips.

As previsões sobre  a Internet of Things são inúmeras e em 2013 os analistas da Gartner e da ABI previam que até 2020 estariam ligados 100 mil milhões de dispositivos. Porém, de acordo com a IoT Analytics, em 2018 atingiram-se os 7 mil milhões de dispositivos. Embora o número seja impressionante, mantém-se o problema da duração da bateria.

Projetar dispositivos IoT de forma a usarem pouca energia pode levar a bateria a durar dez anos, mas mesmo isso não é suficiente. Muitas vezes, as instalações de IoT só fazem sentido se os dispositivos durarem várias décadas. “As pessoas querem incorporar sensores IoT em edifícios ou em estradas”, explicou Simon van der Jagt, fundador e diretor executivo da Nowi. “Por exemplo, poderão ser colocados sensores de temperatura na superfície da estrada para ver quais as partes geladas. No Inverno, isso permite saber exatamente onde é necessário espalhar sal em vez de espalhar por todo o lado. As cidades poderiam economizar muito em mão de obra e sal”, afirma. Aqui começam os entraves uma vez que não é possível trocar as baterias regularmente em milhares de sensores embutidos em quilómetros de estrada. Desta, forma é necessário que a bateria do dispositivo possa ter a mesma durabilidade que a própria estrada, referem os especialistas.

A tecnologia da Nowi foi usada num smartwatch suíço, que nunca precisa de ser ligado para carregar a bateria, dado que pode captar energia suficiente da luz ambiente. “O smartwatch é interessante, mas o mercado maior é o dos chips IoT”, referiu o fundador da start-up holandesa.

Cada módulo de energia da Nowi custará menos de um euro, daí serem necessários grandes volumes de produção para que o modelo de negócios da empresa seja sustentável. O fundador espera que o apoio que recebe da Huawei seja a primeira de muitas parcerias com fabricantes de chips globais de IoT. Atualmente, a  Nowi tem sete patentes para a tecnologia, uma equipa de 18 pessoas e já arrecadou um total de 3,5 milhões euros em financiamento.

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