Investigadores portugueses criam sinais rodoviários inteligentes para prevenir sinistralidade

Criado por investigadores do Politécnico de Leiria, o projeto SmartSign consiste em sinais de trânsito inteligentes que emitem alertas com informação sobre a proximidade de passadeiras, limites de velocidade ou perda de prioridade.
Investigadores do Politécnico de Leiria desenvolveram o SmartSign, projeto que consiste na criação de sinais de trânsito inteligentes, que alertam os condutores para a proximidade de passadeiras, limites de velocidade ou perda de prioridade.
Com o apoio do Programa COMPETE 2020, o SmartSign contou com um investimento total de 678.011 euros – 411.295 euros do Politécnico de Leiria e 266.715 euros da Sociedade Nacional de Sinalização Rodoviária Vertical (SNSRV).
“Sabe-se que 90% das causas da sinistralidade estão relacionadas com o fator humano, pelo que o objetivo é contribuir para a diminuição da sinistralidade, uma vez que o condutor é alertado antecipadamente para as regras que tem de cumprir”, explicou o coordenador do projeto, Sérgio Faria, docente e investigador do departamento de Engenharia Eletrotécnica da ESTG.
Através da programação integrada nos sinais verticais de estrada, os automóveis que tenham um sistema de receção adequado, que tem por base a tecnologia wi-fi ou 5G, conseguem receber a informação de trânsito mesmo em situações em que não se consegue visualizar o sinal.
O SmartSign surgiu de um desafio da SNSRV, sediada em Ansião, e combinou a investigação de docentes dos Departamentos de Engenharia Eletrotécnica, Mecânica e Informática da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Leiria.
“Fizemos uma parceria com a empresa promotora do projeto, a Sociedade Nacional de Sinalização Rodoviária Vertical, que produz sinais de trânsito verticais, de forma a incorporar um sistema eletrónico que comunicasse com os veículos e desse a informação que o sinal representa e a sua localização”, adiantou Sérgio Faria.
Os investigadores da Engenharia Mecânica desenvolveram um sinal de velocidade máxima, que está preparado para mudar a velocidade máxima entre 30, 40 ou 50 quilómetros e, que segundo o investigador, “poderia ser colocado numa zona de escola, em que nas horas de entrada e saída das crianças a velocidade é menor e noutras alturas do dia ou ao fim de semana a velocidade pode ser mais condizente com um percurso urbano”.
O grupo da Engenharia Eletrotécnica concebeu o sistema de comunicação, implementando a transmissão entre a infraestrutura, que é o sinal, e o veículo que tem um recetor, enquanto a Engenharia Informática desenvolveu um sistema de descodificação e visualização dos sinais no veículo e as ferramentas necessárias para a empresa programar os sinais, tendo em conta a sua função e localização geográfica.
A sinalização inteligente utiliza a tecnologia CV2X, compatível com a que muitos dos novos veículos já possuem e que está a ser utilizada no âmbito das cidades inteligentes e das comunicações entre veículos e entre veículos e infraestruturas, informou Sérgio Faria.