Saúde mental e liderança ineficaz são os principais riscos que as empresas europeias enfrentam

Saúde mental, custos dos serviços de saúde e escassez de talento são os principais riscos para os colaboradores europeus, aponta novo estudo da Mercer Marsh Benefits.
A deterioração da saúde mental, o aumento dos custos dos serviços de saúde e a escassez de talento estão entre os principais riscos dos colaboradores que as organizações enfrentam a nível europeu. Esta é a conclusão de uma análise divulgada pela Mercer Marsh Benefits, resultado de inquéritos a profissionais de recursos humanos.
Segundo a consultora, estes riscos deverão moldar o panorama de talento, à medida que as empresas enfrentam inúmeras pressões de curto e longo prazo, não só para atrair e reter talentos-chave, mas também para criar um ambiente de trabalho mais resiliente.
O relatório global da Mercer Marsh Benefits, People Risk 2024, baseado nas opiniões de 4.575 profissionais de recursos humanos e de risco a nível mundial, classifica os riscos por probabilidade e severidade, atendendo a cinco pilares – mudança tecnológica e disrupção; liderança e práticas de gestão de pessoas; saúde, segurança e bem-estar ; governance, compliance e finanças; ambiente, sustentabilidade e proteção.
Na Europa, os inquiridos classificaram a deterioração da saúde mental enquanto o segundo risco mais grave que as suas organizações enfrentam, que se segue à liderança ineficaz. No entanto, classificam a deterioração da saúde mental na 20.º posição entre os 25 mais prováveis de ocorrer – apesar do acesso aos serviços de saúde ter piorado desde a pandemia.
Este desequilíbrio pode resultar na falha de diagnósticos e tratamentos ou na diminuição da qualidade dos cuidados de saúde, dada a disparidade entre a gravidade e a probabilidade de ocorrência. Além disso, mais de metade dos inquiridos na Europa acreditam que o aumento dos custos com saúde e benefícios (55%), bem como a escassez de talento (56%), podem ter um impacto catastrófico na sua organização, explica o estudo.
Nos cinco pilares, 52% dos inquiridos acreditam que as disparidades entre a remuneração dos executivos e dos restantes colaboradores podem ter um impacto grave na sua organização, sendo que apenas 27% têm atualmente em vigor uma proposta de valor eficaz e claramente definida. Embora 40% dos inquiridos estejam preocupados com o aumento do risco de ciberataques devido à falta de consciencialização para a cibersegurança, de desenho organizacional e de cultura, apenas 29% afirmam ter atualmente uma cultura de cibersegurança eficaz.
Tendo em conta este cenário, David Dodd, Partner da Mercer Marsh Benefits Europa, refere que “muitas organizações europeias enfrentam riscos que os profissionais de recursos humanos e de risco veem como uma ameaça para o seu negócio. Embora estes riscos não sejam exclusivos da Europa, os desafios geopolíticos, como as eleições nos principais países e os conflitos à nossa porta, juntamente com um ambiente económico difícil, exigem um equilíbrio entre a economia e a empatia, uma vez que os colaboradores exigem mais apoio no local de trabalho.”
Já Miguel Ros Galego, Business Leader da Mercer Marsh Benefits Portugal, acredita que “as empresas podem enfrentar os riscos de frente, alavancando soluções personalizadas e a utilização da inteligência artificial, adaptando as suas estratégias face aos sistemas e regulamentos em constante mudança, encorajando também a colaboração entre as equipas de recursos humanos e de riscos, de forma a desenvolverem estratégias de prevenção. A resposta a estes desafios permitirá às organizações assegurar uma força de trabalho mais saudável e produtiva, orientando o cenário europeu para resultados mais positivos”.