Saiba quais são os melhores países europeus para start-ups e empreendedores
O continente europeu está a tornar-se cada vez mais apetecível para empreendedores de diversos pontos do globo encontrarem um local propício para iniciarem os seus projetos. Conheça a lista dos cinco países europeus ideais para estabelecer uma start-up, segundo o EU-Startups.
Quando um empreendedor pensa em criar uma start-up fora do seu país de origem, existem alguns pontos-chave a ter em conta. Há que averiguar o histórico de sucesso do país no que diz respeito à criação de start-ups, qual o enquadramento legal em termos de recursos humanos, assim como os recursos disponíveis para o setor de atividade específico e a média salarial do país e do sector.
Outros fatores a analisar são os incentivos fiscais específicos do país ou da região que está a ser equacionada para a instalação da start-up, a estabilidade política e o estado da economia (estável ou em crescimento), bem como a infraestrutura, ou seja, se o país tem a infraestrutura necessária para suportar o desenvolvimento da start-up em termos de serviços de telecomunicações, sistema de transporte, velocidade de internet, entre outros.
O EU-Startups analisou os diferentes ecossistemas e destacou os cinco países europeus mais atraentes para start-ups, tendo em conta os incentivos que oferecem, o cenário global de start-ups, a capacidade dos recursos humanos locais e a qualidade da infraestrutura.
1. Reino Unido
Londres ainda é vista como o centro ideal para start-ups fora do ecossistema de Silicon Valley. Todavia, dependendo do setor em que atua, as start-ups podem equacionar a localização noutras cidades britânicas como Manchester, Birmingham ou Edimburgo, onde existem opções mais acessíveis em termos de espaço para escritórios e recrutamento. Um dos fatores mais importantes para a escolha de Londres é o acesso desde a primeira hora a fundos de capital de risco, mais intenso do que em qualquer outra cidade da Europa. Se por um lado os custos globais de atividade são mais elevados, por outro lado pode equacionar um acesso a financiamento mais rápido do que noutro local.
Cerca de 30% dos fundos de capital de risco europeus estão sediados no Reino Unido. Neste país só em 2017, as start-ups no setor de tecnologia obtiveram um total de financiamentos entre 4,5 e 5 mil milhões de euros de capital de risco. As empresas pagam um imposto empresarial de 19%, mas há a intenção (e já conversações) para o reduzir para 17% em 2020, como uma medida para combater a saída de empresas pós-Brexit. Além disso, caso a start-up tenha menos de 85 mil libras (98,9 mil euros) de faturação tributável, não necessita de se registrar para o pagamento do IVA. O EU-Startups chama a atenção dos empreendedores para o possível impacto negativo na economia do Reino Unido com a concretização do Brexit .
2. Alemanha
Quando se aborda o contexto empresarial empreendedor das start-ups na Alemanha, Berlim é a principal cidade. Os empreendedores encontram não só um ambiente de recursos humanos multinacional e altamente qualificados (cujo segundo idioma é o inglês), mas também uma infraestrutura de alta qualidade (transporte, internet, telecomunicações, serviços sociais), à qual se juntam incentivos do governo local para criar start-ups na cidade. Empresas como Zalando, SoundCloud, Freighthub e Penta mostram o sucesso germânico.
Na Alemanha o imposto para empresas é de 15%, mas as empresas também estão sujeitas a outros impostos comerciais. Empresas com faturação tributável inferior a 50.000 euros não precisam de registar para pagamento de IVA.
Existe a ideia comum, que após a saída do Reino Unido da União Europeia, o número de start-ups na Alemanha vai aumentar de forma global, e por isso algumas organizações alemãs estão a tentar tirar proveito disso ao promover naquele mercado a qualidade da infraestrutura alemã e o ambiente acolhedor para as start-ups do Reino Unido.
3. Estónia
O caso de sucesso da Estónia é único quando comparado com qualquer outro lugar do mundo. Este pequeno país báltico junta um forte sistema educacional, procedimentos altamente digitalizados, do qual o sistema de visto eletrónico de trabalho e empresarial é um exemplo (o programa e-Residency é conhecido por ser o primeiro a permitir que o empreendedor seja um e-residente num país Europeu e faça a gestão remota da sua empresa na Estónia). A Estónia possui uma estrutura tributária empresarial muito flexível e atrai muitas empresas estrangeiras para iniciar suas atividades, em junção com a infraestrutura já referida.
O governo do país defende políticas tributárias favoráveis aos empreendedores e desde a sua independência da União Soviética, criou um conjunto forte de incentivos para atrair investidores estrangeiros, em especial nas TI e em alguns outros segmentos de nicho, como a fintech. Com uma das mais altas taxas de start-ups per capita e uma população economicamente ativa orientada para o empreendedorismo e disrupção, a Estónia foi o berço de empresas mundiais como Taxify, Skype e Pipedrive.
4. Suécia
A Suécia acolheu algumas start-ups de sucesso nos últimos anos e é o berço de grandes invenções e tecnologias disruptivas. Por exemplo, a Klarna, uma empresa sueca de fintech de pagamentos, tornou-se uma das maiores empresas de fintech do mundo, com sua última ronda de investimento a obter um financiamento de 460 milhões de dólares (417,3 milhões de euros) e atingiu uma valorização pós-financiamento de 5,5 mil milhões de dólares (4,9 mil milhões de euros), para financiar a expansão para os EUA.
A Suécia viu nascer o Spotify, iZettle, Pixlr e Truecaller e é conhecida por criar conceitos disruptivos em várias indústrias através da digitalização. O imposto sobre empresas na Suécia é de 22%, mas existem negociações para o reduzir para 20,6% até 2021, na tentativa de tornar o país mais competitivo e atrair mais empreendedores estrangeiros.
5. Finlândia
A Finlândia já viu nascer várias empresas de tecnologia de grande sucesso e tem captado uma quantidade crescente de investimentos estrangeiros. Rovio, Supercell e Varjo são 3 exemplos de start-ups que nasceram na Finlândia e que conquistaram o mundial. A infraestrutura finlandesa, políticas de trabalho favoráveis a estrangeiros, sistema educacional e qualidade de vida desempenham um papel de destaque na decisão de muitos fundadores estrangeiros para se estabelecerem neste país, além da sua experiência em indústrias pesadas e soluções relacionadas com a natureza.
O governo finlandês concede subsídios e empréstimos para apoiar start-ups, especialmente quando saem de incubadoras universitárias. Os fundadores, por outro lado, também têm acesso a eventos dirigidos a start-ups, como o Slush Helsinki. Atualmente, a Finlândia tem uma taxa de imposto sobre as sociedades empresariais de 20%.








