Riqueza global cresceu apesar da pandemia. A conclusão é da BCG.
O último relatório da Boston Consulting Group (BCG) revela que a riqueza global cresceu apesar da pandemia. Portugal seguiu a tendência.
Apesar do impacto financeiro negativo da pandemia a nível mundial, a riqueza global cresceu significativamente e é expectável que continue a crescer ao longo dos próximos cinco anos. Esta é uma das conclusões do mais recente relatório da Boston Consulting Group (BCG) intitulado Global Wealth 2021: When Clients Take the Lead”, que vêm desta forma contrariar as expetativas pouco otimistas do relatório do ano passado.
De acordo com a BCG, este aumento de riqueza ficou a dever-se, em parte, ao crescimento das poupanças e à resiliência dos mercados face à pandemia, fatores que contribuíram para que a riqueza global tenha chegado aos 250 biliões de dólares.
O “Global Wealth 2021: When Clients Take the Lead” mostra que em 2020, Portugal representou 1,1% da riqueza e 0,8% dos ativos tangíveis da Europa Ocidental.
Estes resultados indiciam que o país mostrou um crescimento moderado de riqueza, no último ano, ficando abaixo dos 5% verificados na região. Contudo, mostra melhores resultados em relação aos ativos tangíveis, tendo verificado um aumento de 6%, face aos 4% do contexto europeu. Até 2025, é expectável que cresça 4%, acima dos 2% da região.
Tal como tinha sucedido no ano anterior, em Portugal a moeda e os depósitos são a classe de ativos predominante, perfazendo 46% do total de riqueza, acima do verificado na Europa Ocidental (30%) e no mundo (28%). No entanto, e de acordo com o relatório, estima-se que o investimento, o segundo ativo, cresça 3,2% ao ano, nos próximos cinco anos, enquanto os seguros de vida e as pensões se mantenham a terceira maior classe de ativos no futuro.
Acrescenta ainda o relatório que a maioria da riqueza em Portugal continua a ser detida pelos que possuem menos de 250 mil euros (51%), semelhante ao verificado em 2019, segmento que se espera que caia 2% até 2025. Por outro lado, 12% da riqueza é detida pelos que possuem fortunas de mais de 100 milhões de euros.
Pedro Pereira, sócio da BCG em Portugal, explica que “o conservadorismo do investidor português tem-no protegido dos impactos das crises nos mercados financeiros. Contudo, com o crescimento do segmento com fortunas acima dos 100 milhões de euros, é expectável que cresça também o apetite por outras classes de ativos de maior risco e, consequentemente, sejam possíveis maiores retornos.
Entre as novas tendências, a BCG identifica dois mercados atrativos para os gestores de património. O primeiro refere-se aos indivíduos com necessidades de investimento simples e um nível de riqueza entre 100 mil e 3 milhões de dólares, segmento que representa cerca de 331 milhões de indivíduos em todo o mundo que detêm 59 biliões de dólares disponíveis para investir.
No segundo grupo estão os reformados (acima dos 65 anos), um dos segmentos demográficos de mais rápido crescimento, que possuem 29,3 biliões de dólares em ativos financeiros prontos para investir, valor que irá crescer 7% nos próximos cinco anos. Em 2050, 1,5 mil milhões de pessoas a nível mundial chegarão à faixa etária dos maiores de 65, representando uma enorme fonte de riqueza, assegura o relatório.
Outra categoria a destacar pela rápida evolução no mercado são os novos “Ultra” – grupo de indivíduos cuja riqueza pessoal excede os 100 milhões de dólares. Esta categoria tem registado um crescimento anual de 9%, desde 2015, e, atualmente, detém um total combinado de 22 biliões de dólares em riqueza disponível para investir, o que representa 15% do total mundial. Este ranking é liderado pelos EUA, seguido de perto pela China.








