Apenas 32% dos colaboradores são resilientes, conclui estudo da Aon

O Rising Resilient Report avaliou de que forma a resiliência das forças de trabalho pode contribuir para que o negócio das empresas cresça. O estudo é da Aon.
A Aon, empresa de serviços profissionais nas áreas do risco, reforma, saúde e pessoas, divulgou esta semana o estudo Rising Resilient Report, uma análise quem teve como finalidade avaliar a forma como a resiliência das forças de trabalho, isto é a capacidade do colaborador se adaptar a situações adversas, de gerirem o stress e manterem-se motivados, pode contribuir para que o negócio das empresas cresça.
O relatório foi realizado este ano e contou com a colaboração de líderes e consultores organizacionais da região EMEA (Europa, Oriente Médio e África), responsáveis pelo desenvolvimento de estratégias de saúde e bem-estar no trabalho. E uma das constatações a que chegou foi a de que as empresas estão ainda pouco preparadas para garantir a resiliência dos seus trabalhadores. Por exemplo, 80% dos empregadores considerarem que os programas de saúde e bem-estar são benéficos para as empresas a longo prazo.
Por outro lado, os resultados apurados revelam uma certa dificuldade das empresas em atingir os três indicadores de resiliência da força de trabalho: sensação de segurança no trabalho, sentimento de pertença à organização e adaptabilidade e motivação (importantes para o trabalhador atingir todo o seu potencial).
42% dos colaboradores afirmou não se sentir seguro no seu local de trabalho, 55% e 52% destes elementos, respetivamente, consideram não nutrir sentimento de pertença ou não sentir que podem alcançar o seu potencial. Ainda de acordo com o Rising Resilient Report, apenas 32% dos colaboradores são resilientes.
O fator comunicação é segundo o estudo um dos maiores desafios à eficácia das estratégias de saúde e bem-estar. Foi possível identificar uma disparidade entre os benefícios que as empresas disponibilizam neste âmbito e a perceção que os colaboradores têm sobre os benefícios de que podem usufruir.
Joana Brito, HR Solutions Senior Consultant da Aon Portugal, explicou que “o aumento do nível de investimento na implementação de programas de apoio à saúde e bem-estar dos colaboradores, ainda que bastante positivo a vários níveis, não está a mostrar-se suficiente para que as empresas consigam atingir níveis satisfatórios de resiliência. Para além desse esforço, é necessário que as empresas estejam conscientes de que estas devem ser estratégias holísticas, ou seja, que incluam medidas direcionadas aos cinco pilares de bem-estar – físico, social, emocional, profissional e financeiro – e que respondam às verdadeiras necessidades da organização e da sua força de trabalho, campo em que a comunicação aberta com os colaboradores é fundamental”.
Esta profissional refere ainda que “para uma resposta efetiva dos programas de saúde e bem-estar, é preciso gerar engagement junto dos trabalhadores, nomeadamente através de ferramentas de comunicação interna que permitam criar um ciclo de feedback regular, essencial para a empresa avaliar com frequência as necessidades da sua força de trabalho”.
A segurança dos colaboradores no emprego foi outro dos desafios considerados neste estudo e, nesta matéria, o ambiente económico, com 42%, e os fatores controlados pelo empregador, com 50%, são os principais motivos de insegurança no trabalho identificados pelos inquiridos.
“As organizações capazes de proporcionar essa sensação de segurança podem tornar-se referências de estabilidade e, assim, garantir uma maior taxa de retenção do seu talento. Prova disso são os cerca de 79% de trabalhadores inquiridos que, por se sentirem seguros no seu emprego, afirmam poder permanecer com esse mesmo empregador num futuro próximo”, revelou a HR Solutions Senior Consultant da Aon Portugal.
Sobre o impacto da Covid-19 nas empresas, o Rising Resilient Report evidenciou a importância da resiliência na capacitação das empresas face às adversidades e mudanças súbitas que possam colocar em risco a sustentabilidade e continuidade dos negócios. “Em plena pandemia mundial, organizações que priorizam as suas forças de trabalho, criando ambientes laborais que promovem segurança, motivação e sentido de propósito, são aquelas que mais preparadas estão para enfrentar desafios e maior probabilidade têm de prosperar”, concluiu Joana Brito.