Relatório EU-OSHA analisa saúde mental dos trabalhadores em Portugal

O “OSH Pulse 2025 – Mental health and digitalisation at work” analisou o mercado português e obteve alguns insights sobre o estado da segurança e saúde ocupacional (SST) nacionais na era das mudanças climáticas e digitais.

Na semana em que se assinala a Semana Europeia da Segurança e Saúde no Trabalho, organizada anualmente pela Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA)  e os seus parceiros (com o objetivo de sensibilizar para a importância de uma gestão ativa e participativa da segurança e saúde no local de trabalho), o relatório “OSH Pulse 2025 – Mental health and digitalisation at work”,  apurou alguns dados relevantes quanto ao cenário que se vive no mercado português nesta matéria.

O ‘OSH Pulse 2025’ concentra-se nas respostas relacionadas com a saúde mental no trabalho — incluindo a exposição a fatores de risco psicossocial no trabalho, os impactos associados à saúde e a disponibilidade de medidas preventivas no local de trabalho. Também esclarece como as tecnologias digitais são utilizadas no ambiente de trabalho e os riscos que podem representar para a saúde mental dos trabalhadores.

No caso português (que envolveu 1003 entrevistas), constatou-se  que no item dos riscos psicossociais no trabalho, 49% dos inquiridos revelaram estar expostos a forte pressão de prazos ou sobrecarga de trabalho; 37% afirmou haver falta de recompensas (por exemplo, salário, oportunidades de carreira, reconhecimento) por todos os esforços que coloca no seu trabalho; 28% referiu a falta de comunicação ou de cooperação interna na organização; 11% a falta de autonomia ou de capacidade de influência nos processos ou no ritmo de trabalho; 21% a violência ou abuso verbal da parte de clientes, doentes, alunos, etc.; e 6% assédio ou perseguição.

Fonte: OSH Pulse 2025

No âmbito da saúde mental, 54% dos entrevistados não se sentiria confortável em falar com o diretor ou supervisor sobre a sua saúde mental, contra 15% de pessoas que concordaria em fazê-lo. Por outro lado, 17% concordou que revelar uma condição de saúde mental teria um impacto negativo sobre a sua carreira, contra 39% que discorda dessa mesma afirmação.

Fadiga geral (32%), dores de cabeça e fadiga ocular (27%), stress, depressão ou ansiedade (34%) foram alguns dos problemas de saúde relacionados com o trabalho que afetaram os inquiridos nos últimos 12 meses.

Nos riscos relacionados com a digitalização, a utilização de tecnologias digitais no local de trabalho determina a velocidade ou ritmo do seu trabalho (57%); faz com que trabalhe isolado (39%); aumenta a sua carga de trabalho (27%); reduz as oportunidades de utilizar o seu conhecimento e competências (29%); reduz a sua capacidade de tomar decisões sobre os métodos que utiliza ou as formas como faz o seu trabalho (16%); e faz com que as tarefas do seu trabalho pareçam triviais ou inúteis (14%).

Fonte: OSH Pulse 2025

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