Relatório da CBRE prevê alterações na localização das empresas

Um relatório internacional da CBRE aponta tendências para a forma como as empresas escolhem a localização dos seus escritórios.

A CBRE, especialista mundial no setor imobiliário, divulgou recentemente um relatório no qual traça sete recomendações tendo em conta o novo contexto em que as empresas têm de tomar decisões relativamente à localização dos seus escritórios.

O “Future Working Location Trends” mostra como as decisões em termos de localização devem ser tomadas tendo em conta a proposta de valor do colaborador, ao mesmo tempo que analisa os fatores de influência que as empresas devem considerar, desde a marca à cultura, passando pelos padrões de mobilidade, que sofreram alterações devido à pandemia.

“A disrupção causada pela pandemia mudou as expetativas das empresas e dos colaboradores relativamente aos modelos de trabalho, influenciando a tomada de decisão das empresas relativamente à localização dos seus escritórios. Este tipo de decisões precisam agora de estar totalmente interligadas com a proposta de valor que as empresas querem oferecer aos seus colaboradores, bem como com as competências e os perfis das funções que estes desempenham”, esclareceu André Almada, Offices Advisory & Transaction Services Senior Director da CBRE Portugal.

Na sequência desta análise, a CBRE avança com algumas recomendações:

  1. Reconhecer as diferenças entre colaboradores
    As estratégias de localização das empresas são por vezes decisões complexas e que envolvem diversos fatores quantitativos e subjetivos. A decisão final deve ser consistente com os objetivos definidos pela empresa.
  1. Foco em unidades de negócio e funções
    As empresas têm de considerar as funções desempenhadas pelos colaboradores, como estas se distribuem entre os seus diversos escritórios e como interagem umas com as outras, com clientes e outros stakeholders.
  1. Reconhecer como a marca e a cultura poderão ter mudado durante a pandemia
    É provável que os atuais colaboradores já esperassem determinadas respostas por parte da liderança da empresa, mas é importante considerar as implicações de tais medidas na atração de talento.
  1. Considerar alterações nos padrões de deslocação casa-escritório
    Uma redução das visitas ao escritório poderá significar que alguns colaboradores vivem agora mais longe. Este é um resultado do aumento do preço das casas e de outras métricas de seleção da localização da habitação. Este fenómeno é mais provável em colaboradores que se encontram numa fase da vida onde mais tempo e espaço em casa é importante.
  1. Manter o objetivo da proximidade física quando se contrata remotamente
    Uma das principais vantagens da contratação remota é captar colaboradores que antes não seriam acessíveis, em localizações onde o estabelecimento de um novo escritório seria inviável ou onde a atração de talento era mais desafiante. Algumas empresas que estão a contratar remotamente procuram selecionar candidatos numa determinada área, de forma a que estes mantenham uma interligação.
  1. Definir novas medidas de produtividade
    As empresas têm de começar a medir a produtividade no escritório. As medidas tradicionais estão muito focadas no custo ou em medidas de satisfação ou desmotivação dos colaboradores e as empresas terão de desenvolver processos nas diversas funções e definir novas medidas de avaliação da produtividade, nomeadamente para comparar o trabalho realizado em casa e o que é feito no escritório.
  1. Olhar antes de agir
    Antes da pandemia, já muitas empresas tinham investido na criação de espaços mais atrativos e funcionais, um fator que agora é tão ou mais importante. É imprescindível olhar antes de agir para evitar decisões precipitadas.
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