Quer reter talento? Aposte na IA, na carreira e no salário dos seus colaboradores.

Num contexto de alta rotatividade e expectativas crescentes dos profissionais, as empresas enfrentam o desafio de atrair e reter talento, sem comprometer a estratégia nem os custos. Saiba o que pode fazer para manter os colaboradores motivados e para melhorar a produtividade.

É cada vez mais comum deparar-se com notícias sobre a elevada rotatividade de profissionais, o menor envolvimento das novas gerações ou as dificuldades que as empresas enfrentam para atrair e reter talento.

Este fenómeno tem repercussões significativas nas organizações, desde a perda de conhecimento interno à diminuição da produtividade, passando pelo aumento dos custos de recrutamento e formação, bem como pela subida das remunerações oferecidas para captar profissionais qualificados.

Manter a coerência com a estratégia de remuneração tem-se revelado um desafio para muitas empresas, especialmente num contexto marcado por uma constante sensação de urgência e pela gestão de crises sucessivas. Quando não existem substitutos internos e não é possível realizar um processo de recrutamento mais prolongado — capaz de identificar candidatos com o nível de experiência, expectativas salariais e alinhamento cultural adequados à realidade da organização —, o ciclo de contratações urgentes tende a perpetuar-se.

Mas qual seria a solução para este dilema?

Estudos apontam que uma das principais razões para os profissionais abandonarem os seus postos de trabalho é a ausência de perspectivas claras de progressão na carreira. Além disso, valorizam cada vez mais a flexibilidade, a qualidade de vida, o sentimento de pertença e o reconhecimento. Na prática, as empresas são desafiadas a criar oportunidades de crescimento e a demonstrar, de forma concreta, que valorizam os resultados alcançados pelos seus colaboradores.

Tendo em conta esta realidade, a Forbes partilha os pilares essenciais para promover a retenção de talentos.

IA na gestão e retenção de talentos

Promover a aprendizagem e a desenvolvimento traz melhorias significativas nos índices de retenção de colaboradores, além de potenciar o desempenho corporativo. Num estudo recente da Korn Ferry, mais de dois terços dos 10 mil participantes afirmaram que permaneceriam numa empresa se esta oferecesse oportunidades de crescimento profissional, mesmo que estivessem insatisfeitos com as suas funções. Para responder a estas necessidades, uma pesquisa da Gartner estima que 30% das grandes empresas globais irão implementar este ano marketplaces de talentos potenciados por IA.

Segundo a Forbes, a tecnologia pode ser aproveitada para construir um banco de dados robusto para a gestão de talentos internos, facilitando a criação e atualização de perfis dos colaboradores, bem como permitindo o cruzamento de dados entre as necessidades da empresa e os interesses e aspirações de carreira dos profissionais.

Estes sistemas de gestão de talentos oferecem ainda às organizações uma visão mais profunda das competências que lhes faltam internamente, permitindo desenvolver estratégias de planeamento da força de trabalho mais sólidas, sem ser necessário pagar valores elevados para trazer conhecimento  quando a necessidade se torna urgente.

Movimentos laterais na carreira

A promoção de um colaborador para um cargo superior depende, antes de mais, de uma necessidade do negócio e não apenas de o profissional estar pronto para o novo papel. Mesmo quando não existe espaço para crescimento vertical na área atual, há sempre oportunidades de desenvolvimento lateral: desafios, projetos ou experiências em outros processos da área ou noutras áreas da empresa. Fazer sempre a mesma coisa durante demasiado tempo cansa e frustra!

É certo que o gestor “perderia” um membro de alta performance da equipa, mas manteria o conhecimento dentro da empresa, e o profissional poderia atuar como mentor do novo ocupante do seu cargo anterior. As movimentações internas promovem maior retenção, agilizam o preenchimento de vagas, reduzem custos de recrutamento e aumentam a produtividade, explica a Forbes.

Contudo, a tecnologia, por si só, não faz milagres. “É essencial preparar as lideranças para serem protagonistas do desenvolvimento das suas equipas, bem como implementar um modelo de remuneração com critérios claros e sustentáveis para esta verdadeira dança das cadeiras”, acrescenta.

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