Quer investir no futebol? Start-up brasileira lança bolsa de negociação de jogadores
Com tecnologia proprietária, a K10 surge como opção de negócio para quem deseja conciliar a sua paixão pelo desporto com o investimento. Após consolidar a sua presença na América Latina, o próximo passo é chegar ao mercado europeu.
O futebol é o único desporto global no mundo com mais de 4 mil milhões de adeptos. Mas é também o desporto que mais dinheiro movimenta. Para se ter uma ideia, em 2019, equipas do mundo inteiro investiram 7,3 mil milhões de euros na contratação de jogadores. No ano passado, esse número caiu para 4,74 mil milhões de euros devido à pandemia. Os dados são da Federação Internacional de Futebol (FIFA).
De olho neste mercado, os empresários brasileiros Alex Bourgeois, Vinicius Cardoso e Domingos Napolitano lançaram em julho a K10, bolsa exclusiva para a negociação de jogadores de futebol. A empresa nasceu como uma spin-off da sportech de inteligência de dados xG Football, que na América Latina trabalha com clubes como o colombiano Milionários e o brasileiro Bahia.
Segundo Bourgeois, CEO da K10, a ideia surgiu em 2014, quando a FIFA proibiu terceiros de comprarem direitos sobre os atletas, restringindo as transações apenas aos clubes.
“Pensámos que seria bom que cada fã pudesse ganhar dinheiro com a sua paixão, em vez de só apoiar ou dar dinheiro às equipas. E aí, com a tokenização [a substituição de dados confidenciais por um equivalente não confidencial, denominado token, que não possui significado ou valor extrínseco ou explorável] de vários ativos, conseguimos transformar este pensamento em realidade”, explica o responsável.
A K10 está hospedada na AWS (Amazon Web Services) e está disponível em versão web e nos sistemas Android e iOS. “Desenvolvemos também uma blockchain privada. Isso traz duas vantagens para o utilizador. A primeira é que é possível recuperar a senha caso haja algum problema. Outro ponto positivo é que os cibercriminosos não conseguem roubar os tokens dos jogadores e transformá-los em dinheiro, já que eles só existem na nossa plataforma”, detalha Bourgeois.
Na prática, a bolsa de negociações de jogadores funciona da seguinte forma: o interessado acede ao site e faz o seu registo. A partir daí, tem a possibilidade de investir em 20 atletas (10 brasileiros e 10 europeus) que já fazem parte do portefólio – na sua maioria são jovens de 23 anos com alto potencial de valorização. Nessas operações, o utilizador pode realizar uma compra parcial ou fracionária dos tokens que correspondem ao valor de mercado dos jogadores.
A moeda de negociação é o Euro, principal referência monetária no mundo do futebol. Mas todas as aplicações podem ser efetuadas com investimento em reais.
Plataforma já conquistou 500 clientes
O investimento inicial, com recursos próprios, foi de 2 milhões de reais (328 mil euros). Nos próximos meses, outros 2 milhões de reais deverão ser injetados e utilizados sobretudo em tecnologia e marketing. Para o ano, a previsão é de colocar mais 10 milhões reais (1,6 milhões de euros) na empresa, avança o site brasileiro Época Negócios.
Desde o lançamento até agora, a plataforma conquistou 500 clientes, mas o objetivo é fechar o ano com 10 mil. Além disso, após consolidar a sua base na América Latina, a start-up pretende também ingressar no mercado europeu, começando pelas grandes ligas da Inglaterra, França, Espanha, Alemanha e Itália.