Portugueses querem pessoas “honestas e éticas” a liderar empresas

Os portugueses preferem pessoas honestas e éticas, enquanto os colaboradores de outros países destacam líderes que trabalhem em equipa. Esta é uma das conclusões de um estudo da NTT DATA, que identifica os fatores diferenciadores para o ambiente de trabalho no espaço de cinco anos.
A vida pessoal e o tempo de qualidade em família, com amigos ou mesmo para autocuidado, é cada vez mais valorizado pelos profissionais portugueses, com mais de metade a mostrar-se receoso de que a quantidade de trabalho afete a sua saúde mental, e cerca de 75% a apresentar alguma preocupação em não corresponder ao pensamento crítico e inovador exigido no futuro, revela o estudo “Colaborador do Futuro”, elaborado pela NTT DATA, a que o Link To Leaders teve acesso.
Segundo o estudo, a expectativa dos profissionais portugueses em relação ao mercado de trabalho está muito alinhada com o resto do mundo. Daqui a cinco anos, poderá sentir-se uma migração de talento para empresas que respeitem a vida pessoal, incentivem o desenvolvimento profissional e sejam flexíveis na atribuição de benefícios salariais.
Os portugueses destacam-se face ao resto do mundo no que respeita o formato de trabalho, privilegiando um modelo flexível, no qual podem escolher entre o presencial e o remoto. “O trabalho a partir de casa mostrou que é possível ser-se produtivo sem a necessidade de estar fisicamente presente no escritório. Neste ponto, os portugueses inquiridos destacam-se face aos restantes, privilegiando um modelo flexível, no qual podem escolher entre o presencial e o remoto. As empresas que não acompanharem este movimento poderão sofrer rotações de talento”, explica Rute Cardoso Sarmento.
Quanto aos líderes, os portugueses inquiridos preferem pessoas honestas e éticas, enquanto os colaboradores de outros países destacam líderes que trabalhem em equipa. Já na opinião dos executivos e especialistas de RH em Portugal, destacam-se como perfis dos líderes pessoas que saibam escutar e extrair o melhor da equipa, que tenham capacidade analítica, que sejam proativas e curiosas, com pensamento crítico e capacidade de comunicação.
“Todas essas informações recolhidas a partir do estudo reforçam a visão de um futuro em que a sensibilidade humana será um fator diferencial, tanto para os profissionais, quanto para as empresas”, afirma Rute Cardoso Sarmento, Manager da NTT DATA Portugal.
Importância da saúde mental e apoio para o desenvolvimento profissional
A saúde mental é apontada como um fator preocupante por uma grande parte dos entrevistados a nível global. 44% revela um elevado nível de preocupação quanto ao impacto da quantidade de trabalho na saúde mental das pessoas. Outros 43% mostram-se moderadamente preocupados com o tema.
Os participantes deste estudo referem, na sua maioria, o desejo de contar com o apoio das empresas para o seu desenvolvimento profissional. Cerca de 65% dos inquiridos esperam que as empresas do futuro invistam na sua educação e desenvolvimento, no espaço de cinco anos.
Outro fator relevante destacado no estudo diz respeito à criação de uma política de benefícios por parte das empresas. Quase 45% dos inquiridos esperam que as empresas do futuro ofereçam, dentro de cinco anos, benefícios flexíveis, tais como seguro de saúde, subsídio de alimentação, transporte, seguro de vida, creche, etc.
As qualidades mais apreciadas pelos colaboradores nos próximos cinco anos serão: a capacidade de aprendizagem, a flexibilidade, boa comunicação e o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
O estudo “Colaborador do Futuro” compreendeu um questionário a 3.249 profissionais e entrevistas a 34 líderes executivos de dez países, tendo sido Portugal um deles.