Opinião
“Os homens com quem me cruzei no mundo tecnológico sempre me apoiaram”

Silvia Baschwitz defende que “o conceito de “sucesso” depende de cada um de nós” e que é essencial encontrar o equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal, entre a mente e o corpo, para uma vida saudável. A diretora de comunicação externa, relações institucionais e ESG na Cegid Iberia, Latam & África Lusófona, fala ainda de como é trabalhar no universo tecnológico.
Na semana em que se assinalou o Dia Internacional da Mulher, a diretora de comunicação externa, relações institucionais e ESG da Cegid Iberia, Latam & África Lusófona explica ao Link To Leaders como é ser mulher num mundo tecnológico dominado por homens e como a sua formação em Direito a ajuda a ter uma visão mais humanista da tecnologia.
Silvia Baschwitz acredita que “pouco a pouco, e naturalmente, vamos ter cada vez mais mulheres em cargos de liderança, sem ser necessário forçá-lo”.
Como foi a sua adaptação ao mundo tecnológico dominado predominantemente por homens?
Tive muita sorte porque os homens com quem me cruzei no mundo tecnológico sempre me apoiaram e me incentivaram a crescer profissionalmente. Considero que atualmente já existem muitas empresas onde isto acontece, o que é uma ótima notícia.
“O conceito de “sucesso” depende de cada um de nós”.
É fácil uma mulher conseguir impor-se/vingar neste setor de atividade?
Acho que é como em qualquer outro setor, depende da empresa onde trabalhamos e da equipa que temos connosco. No meu caso, tenho a grande sorte de ter homens e mulheres excecionais à minha volta, que admiro e com quem aprendo a ser melhor todos os dias. O conceito de “sucesso” depende de cada um de nós.
Qual o segredo para ser bem-sucedida?
O equilíbrio. Encontrar o equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal, entre a mente e o corpo, é essencial para uma vida saudável. O equilíbrio dá-nos paz e a paz, felicidade.
Qual a decisão profissional de que mais se orgulha?
A decisão de que mais me orgulho a nível profissional é de ter mudado de profissão: de advogada e empresária a diretora de comunicação, relações institucionais e sustentabilidade. Esta mudança permitiu-me alargar as minhas perspetivas, ter oportunidade de conhecer novos contextos e de aplicar o meu conhecimento num novo cenário. Estou a desfrutar muito desta nova etapa, onde novos desafios estão constantemente a surgir.
“(…) vamos ter cada vez mais mulheres em cargos de liderança, sem ser necessário forçá-lo”.
O que falta às mulheres portuguesas para terem uma maior representatividade nos cargos de liderança/chefia?
Devemos acreditar nisso e confiar em nós próprias. Pouco a pouco e naturalmente, vamos ter cada vez mais mulheres em cargos de liderança, sem ser necessário forçá-lo. Espero que chegue o dia em que não tenhamos de falar sobre isso, porque significará que já ultrapassamos este assunto.
Quem é a Silvia Baschwitz?
Mulher, mãe, diretora e acima de tudo uma pessoa acessível, positiva, curiosa, com mentalidade de crescimento e cheia de humor!
Qual a mais-valia que a sua formação, tão diferente da área da tecnologia, trouxe à sua carreira neste universo?
A minha formação em Direito permite-me ter uma visão mais humanista e relacionar a tecnologia com outras áreas. Afinal, a tecnologia é um meio, um facilitador, mas devemos procurar saber o porquê e para que é que a utilizamos, compreender o contexto e a estratégia. Por detrás de qualquer digitalização, existe uma transformação de processos, de pessoas e das suas mentes. É, por isso, fundamental saber mais do que apenas a parte técnica.
O que ainda falta fazer à Silvia Baschwitz empreendedora e à Silvia Baschwitz mulher?
Muitas coisas. Na vida, nunca se deixa de aprender. Mas se tivesse de escolher, diria que o que mais me falta é tempo.
“(…) uma das competências mais importantes nos próximos anos será a capacidade de aprender rápido”.
Um conselho para uma jovem empreendedora?
Ser humilde e ter uma mente aberta. Vivemos num contexto de rápida mudança, onde uma das competências mais importantes nos próximos anos será a capacidade de aprender rápido.
Uma mulher que a inspire.
Melinda Gates
Respostas rápidas :
O maior risco: não desfrutar do caminho.
O maior erro: não ouvir.
A maior lição: a vida é curta.
A maior conquista: lutar por um sonho.
*Diretora de comunicação externa, relações institucionais e ESG na Cegid Iberia, Latam & África Lusófona