Negócios liderados por mulheres conquistam cada vez mais empresas de capital de risco

Um número crescente de empresas de capital de risco dedica-se cada vez mais a investir em negócios liderados por mulheres. A How Women Invest, que liga empresárias a potenciais investidores, é disso exemplo.

De acordo com a Harvard Business Review, menos de três por cento das empresas lideradas por mulheres recebem financiamento de capital de risco. Esta percentagem é frequentemente citada quando se discute a ausência de diversidade de género na indústria de venture capital. Mas porque é que isto acontece?

Existem várias razões pelas quais as mulheres são menos propensas a receber este tipo de financiamento. Melissa Houston, autora de Cash Confident: An Entrepreneur’s Guide to Creating a Profitable Business, escreve na Forbes que uma delas é que as empresas de capital de risco são predominantemente dominadas por homens que tendem a investir em negócios que refletem as suas próprias experiências e redes.

“As mulheres têm uma tendência maior para iniciar negócios em setores tradicionalmente vistos como não tradicionais para investimentos de capital de risco, como saúde e produtos de consumo, e pedem quantias menores de financiamento do que os homens, fazendo com que pareçam menos passíveis de investimento”, explica.

A boa notícia, aponta, “é que estão a ser tomadas medidas para resolver este desequilíbrio. Um número crescente de empresas de capital de risco está a investir em empresas lideradas por mulheres”. Houston dá como exemplo a How Women Invest, braço da organização norte-americana How Women Lead, que liga empresárias a potenciais investidores e que possui uma rede de 14 mil mulheres.

“Para ter sucesso num mundo dominado por homens, as mulheres devem criar os seus próprios sistemas e redes e apoiar outras mulheres”, sugere Julie Abrams, fundadora e CEO da How Women Lead.

“Muitas vezes, as mulheres são colocadas umas contra as outras no local de trabalho, em vez de serem vistas como colegas. Isto deve mudar. As mulheres precisam de se unir e apoiar umas às outras para criar um campo de jogo nivelado. Quando as mulheres se ajudam, todos beneficiam”, acrescenta a responsável.

Melissa Houston refere que vários estudos têm mostrado que as empresas com mais diversidade de género são mais lucrativas. No entanto, as mulheres ainda representam uma pequena percentagem nos cargos de chefia na maioria das organizações.

“Se queremos ver uma mudança real, as mulheres precisam de levantar umas às outras. Precisamos de criar as nossas próprias oportunidades e redes, e fazer com que as nossas vozes sejam ouvidas. Só, então, seremos capazes de alcançar a verdadeira igualdade de género”, aconselha.

Um relatório da McKinsey & Company conclui que as mulheres vão herdar a maior parte da riqueza nos próximos anos. Contudo, apenas uma fração dessa riqueza é atualmente investida em start-ups lideradas por mulheres, um cenário que está a mudar, constata Houston, referindo que investir neste tipo de empresas pode ser “uma maneira poderosa de as mulheres aumentarem o seu poder económico”.

“Os investimentos em start-ups podem proporcionar às mulheres retorno financeiro e um sentido de propriedade e de controlo sobre o seu próprio futuro económico. Além disso, ao investir em start-ups focadas na solução de problemas sociais e ambientais, as mulheres podem ajudar a criar um mundo mais igualitário e sustentáve”, frisa Melissa Houston.

A autora conclui ainda que “quando as mulheres aumentam a sua riqueza, tendem a dividi-la com as suas famílias e a criar negócios direcionados para a comunidade, o que impulsiona a economia local”.

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