Mulheres portuguesas na menopausa sentem discriminação no local de trabalho, diz estudo
O impacto da menopausa na vida profissional das mulheres foi um dos pontos abordados no estudo da Intimina. 43% das inquiridas já sentiu, ou sente, discriminação quando experiencia sintomas da menopausa.
Para assinalar Dia Mundial da Menopausa, que acontece a 18 de outubro, a Intimina divulgou hoje um estudo sobre o impacto da menopausa em vários domínios da vida da mulher, entre os quais o âmbito profissional.
Globalmente, o estigma em relação a esta fase está patente nos resultados apurados pelo estudo. Vejamos: Mais de metade das inquiridas (56%) sente que existe discriminação associada à idade, no geral, e 65% associada especificamente à menopausa. Por sua vez, 84% considera que a sociedade subestima ou ignora os sintomas e os desafios associados à menopausa e 36% que as mulheres não se sentem apoiadas por familiares e amigos nesta fase, exceto se forem igualmente pessoas que também estejam a passar por esta fase.
E apesar de 35% confessar que já se sentiu discriminada em relação à idade, 62% já presenciou situações com outras pessoas na menopausa, principalmente em contexto social (48%), no local de trabalho (37%) e nas relações amorosas (35%).
Concretamente em relação ao local de trabalho, os números não são muito favoráveis às mulheres que vivem esta fase. Do total das inquiridas no estudo, 34% encontra-se na menopausa e revelaram qual a sua experiência no emprego. Assim, 43% assume que já sentiu, ou sente, discriminação se estiver a experienciar alguns sintomas da menopausa; cerca de 50% admitiu não se sentir à vontade em expor aos colegas ou chefia o que está a sentir; e 23% revelou não sentir discriminação apenas porque se esforçam para disfarçar os sintomas e desconforto. Acresce que cerca de metade confirmou que os sintomas da menopausa prejudicam ou interferem com a sua capacidade profissional.
A questão que se coloca perante estes dados é o que podem as chefias fazer para apoiar, ou ajudar, a melhorar o ambiente de trabalho para pessoas com menopausa. E aqui o estudo da Intimina mostra que 58% das mulheres sugeriu que haja maior compreensão emocional e tolerância; 42% sugeriu a melhoria das condições de espaço no local de trabalho; 42% considerou que o trabalho híbrido ou home-office, tal como a maior flexibilização de horário de trabalho, podem ser uma opção; e, por último, cerca de um terço considerou benefícios de saúde, como, por exemplo, o apoio psicológico.
Os resultados identificados pelo estudo são um indicador relevante para que as entidades empregadoras possam agir, até porque 22% das mulheres inquiridas afirmou já ter ponderado mudar a sua situação profissional devido aos sintomas da menopausa. Recorrer a uma licença sem vencimento, trocar de profissão, pedir a reforma antecipada ou, até mesmo, a demissão, foram alguns dos cenários citados.
Esta análise da Intimina foi realizada em Portugal, a 500 mulheres a partir dos 45 anos, com o objetivo de identificar os tabus e preconceitos na menopausa, em que contextos, ou quais as suas preocupações com a sua chegada.








