Homification, a tendência que resultou da pandemia

Os portugueses dão nota alta à tecnologia e ao trabalho a partir de casa, e 15% dos inquiridos ponderam alterar o tipo ou o local de residência. As conclusões são de um survey da Ageas e do Eurogroup Consulting.

O Observatório de Tendências, um survey desenvolvido pelo Grupo Ageas Portugal e a Eurogroup Consulting Portugal, e que teve como propósito identificar as tendências emergentes do contexto de pandemia da Covid-19, destaca a homification como uma das grandes tendências do momento.

O facto de a pandemia e os confinamentos terem obrigado a maioria da população a ficar em casa em teletrabalho, acabaram por colocar as “casas” no centro da vida das pessoas, obrigadas a passar mais tempo nas suas residências. A tecnologia deu uma ajuda preciosa na prossecução, à distância, das atividades quotidianas quer as relacionadas com trabalho, quer com as compras ou lazer.

De acordo com o Observatório de Tendências, a adoção do teletrabalho foi uma das maiores mudanças decorrentes da crise sanitária. Globalmente, os portugueses classificam como boa a sua experiência nesta matéria, especialmente os mais jovens. Mais de 62% admitem que gostariam de trabalhar a partir de casa num futuro próximo, optando a maioria por uma percentagem superior a 50% do tempo.

Relativamente à adaptação ao novo espaço de trabalho, em casa, os inquiridos no estudo, consideram o processo de criação e organização do novo escritório relativamente fácil.

A aceleração do teletrabalho proporcionou uma maior flexibilidade no que diz respeito ao local a partir de onde é possível trabalhar e, por isso, 15% dos inquiridos consideram inclusive a possibilidade de alterar o tipo ou local de residência, mais de metade deles para se aproximarem do campo, e  um terço devido a razões financeiras.  Os mais jovens lideram esta intenção de mudança.

Globalmente, constata-se que 26% dos inquiridos da Europa do Norte admitiram alterar o local ou tipo de residência. Os inquiridos da América do Sul revelaram maior tendência para alterarem o local ou tipo de residência, com mais de 30% dos participantes a responderem que o consideram fazer, 9% para viverem mais perto do campo, 9% para melhorarem as condições de teletrabalho e também 9% por razões financeiras.

As compras online a partir de casa também registaram um aumento, com mais de metade dos inquiridos a admitirem ter realizado mais compras online nos últimos seis meses, tendência mais expressiva junto dos mais jovens (70%), face aos inquiridos com mais de 55 anos (47%).

Por outro lado, cerca de 66% dos inquiridos consideram realizar compras de forma mista, enquanto os mais novos tendem a privilegiar a compra online (2.5 vezes mais do que os mais seniores).

Refira-se que este Observatório de Tendências foi realizado entre os dias 9 e 23 de setembro deste ano, junto de uma amostra representativa de 1744 pessoas, maior de 18 anos, residente em Portugal continental. O questionário foi desenvolvido em formato online e conta com um intervalo de confiança de 95% e margem de erro de 2,35%. O mesmo estudo foi replicado em mais países da América Latina (Argentina, Chile, Uruguai) e na Europa do Norte (Alemanha, Luxemburgo).

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