Como a EyeRead está a ajudar as crianças a aprenderem a ler

A Eyeread desenvolveu o Squiggle Park, um programa que integra tecnologia ocular e que visa acelerar o processo de aprendizagem da leitura com apenas 30 minutos semanais.
Julia Rivard Dexter e Leah Skerry criaram a Eyeread no âmbito do programa “20% de inovação” da empresa em que trabalhavam (um modelo de gestão que possibilita aos colaboradores alocarem 20% do seu tempo a criarem novos produtos). Inicialmente consistia numa aplicação que acompanhava o olhar da criança quando lia e permitia identificar as suas dificuldades mais facilmente.
Para desenvolverem o primeiro protótipo trabalharam com a Universidade de Dalhousie e a Universidade de Moncton, tendo visto o potencial da tecnologia quando aplicada ao processo de aprendizagem da leitura.
Leah Skerry, CEO da Eyeread, referiu ao Canadian Business que “se um professor perceber que uma criança está a ter dificuldade em ler, o próximo passo poderá ser encaminhá-lo para um psicólogo e essa é uma espera que pode levar até um ano. Para mim é de loucos que se espere tanto tempo, passar um ano sem outra ajuda, para além do que os pais e professores estão a fazer. Psicólogos infantis e outros profissionais privados podem fornecer uma avaliação, um diagnóstico e um plano para ajudar a criança a conseguir aprender a ler, mas que pode chegar a custar mais de 2 mil dólares (cerca de 1700 euros).”
A responsável acrescentou ainda que “foi por isso que vimos a oportunidade de desenvolver um produto que nos permitisse não apenas identificar o nível de aprendizagem da criança em termos de leitura, como desenvolver programas que acelerassem esse mesmo processo. Desenvolvemos um hardware que integra tecnologia de deteção ocular. Esse hardware e tecnologia é combinado com a gravação da voz da criança, recorrendo depois à ciência cognitiva que integra e que desenvolvemos com os nossos investigadores da Universidade de Moncton”.
“O que acontece é que quando uma criança lê um livro estamos a reunir todos um conjunto de informações em tempo real. Assim que terminam de ler o livro, podemos ver as palavras com que tiveram mais dificuldades, quanto tempo demoraram a ler o livro, se houve zonas ou páginas nas quais sentiram mais dificuldades, certas palavras que queriam saber o significado, ou como são ditas. Com o Eyeread deixa de ser necessária outra avaliação adicional, conseguindo associar-se o divertimento à aprendizagem e à avaliação. Não estamos apenas a criar livros, mas a construir ferramentas que lhes permitam aprender eficientemente”, explicou.
A solução desta dupla empreendedora chegou ao mercado com o nome de Squiggle Park, afirmando-se como uma abordagem pedagógica que se concentra exclusivamente nas 100 das palavras mais utilizadas e que representam 50% das palavras usadas nos textos.
O programa Squiggle Park permite que os dados de cada aluno sejam reunidos e partilhados com os educadores, acreditando que com isso reduzem o tempo necessário à tomada de decisões sobre programas adicionais de alfabetização para cada aluno.
No Squiggle Park, os alunos vão encontrar o mesmo aspeto a aprender em diferentes jogos. Por exemplo, às vezes vão ouvir um fonema e têm que encontrar o grafema correspondente, outras vezes vão começar com o grafema e procurar reunir todos os fonemas correspondentes, ou poderão ter de tentar identificar objetos que começam (ou terminam) com um determinado grafema.
Veja como funciona: