Estudo norte-americano revela que a IA ainda não está apta a tirar empregos aos humanos
Uma equipa de investigadores da Universidade Carnegie Mellon, nos EUA, testou a inteligência artificial em funções do mundo corporativo e mostra que esta ainda não está pronta para assumir o trabalho dos humanos.
Muito se fala do risco da inteligência artificial “roubar” o trabalho aos humanos e da sua potencial capacidade para acelerar ou executar tarefas de forma autónoma. Mas essa realidade parece ainda estar longe, de acordo com uma pesquisa feita por investigadores da Universidade Carnegie Mellon, nos EUA, que resolveram testar a tecnologia em algumas tarefas desenvolvidas em empresas. Acabaram por constatar que em tarefas mais complexas de longo prazo a IA ainda tem muitas limitações.
A experiência, citada no Business Insider, partiu da simulação das rotinas de uma pequena empresa de software, através da qual avaliaram a forma como os agentes de IA (ou seja, sistemas que podem agir de forma independente em nome de uma pessoa), interagiram com o mundo de maneiras semelhantes às de um trabalhador. Instruíram os modelos de inteligência artificial do Google, da OpenAI, da Anthropic e da Meta a realizar tarefas que os trabalhadores realizam em áreas como finanças, administração e engenharia de software.
Em uma delas, a tecnologia precisou de aceder a vários arquivos para analisar os bancos de dados de uma rede de cafetarias. Noutra, foi solicitado que recolhesse feedback sobre um engenheiro de 36 anos e escrevesse uma avaliação de desempenho.E ainda houve uma em que os agentes de IA tiveram de assistir a tours em vídeo de possíveis novos escritórios e escolher os que tinham melhores instalações.
Em muitos cenários, os agentes de IA começaram bem, mas à medida que os pedidos eram mais elaborados enfrentaram problemas devido à falta de bom senso, skills sociais ou técnicas, salientaram os responsáveis da pesquisa. Frequentemente interpretavam mal as conversas com os colegas ou não seguiam instruções importantes, marcando a tarefa como concluída prematuramente. Por exemplo, durante uma tarefa um agente de IA não conseguiu encontrar a pessoa certa para falar na ferramenta de chat e decidiu criar um utilizador com o mesmo nome.
“Embora os agentes possam ser usados para acelerar algumas partes das tarefas que os trabalhadores humanos estão a realizar, eles provavelmente não substituem todas as tarefas no momento”, afirmou Graham Neubig, professor de Ciência da Computação da Universidade Carnegie Mellon.
Dá o exemplo do mercado da tradução uma vez que, e apesar da tradução automática ter-se tornado mais acessível e precisa, nos EUA o número de intérpretes e tradutores cresceu 11% entre 2020 e 2023, de acordo com dados do Census Bureau, informa. Graham Neubig explica que “qualquer ganho de eficiência resultou no aumento da procura, ampliando o tamanho total do mercado de serviços linguísticos”. O investigador acredita que o impacto da IA será semelhante noutros setores de atividade e que, por enquanto, mesmo as empresas que estão a ter sucesso com agentes de IA ainda não estão preparadas para ignorar os riscos da IA.








