Estudo revela eficácia dos incentivos financeiros nas empresas portuguesas

Um estudo apresentado recentemente revelou a eficácia dos sistemas de incentivos QREN nas empresas portuguesas.
O estudo, intitulado “Avaliação do Impacto dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento no Desempenho das Empresas” e elaborado por uma equipa liderada pelo economista Ricardo Paes Mamede, revelou a eficácia dos sistemas de incentivos QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional).
Os resultados divulgam o contributo positivo deste tipo de iniciativas para a evolução favorável do tecido empresarial português em domínios como investimento, qualificação de recursos humanos, inovação, internacionalização e competitividade empresarial.
Quando comparadas com empresas idênticas que não acederam a este tipo de incentivos, é possível verificar que dois anos após o início do investimento, as organizações apoiadas apresentam, em média, números como:
– mais 376 mil euros de valor acrescentado bruto;
– vendem mais 838 mil euros;
– exportam mais 176 mil euros;
– investem mais 38 mil euros em investigação e desenvolvimento (I&D);
– possuem mais 8,2 postos de trabalho (dos quais 4,4 qualificados).
A nível da eficácia, a análise conclui que, dois anos após o início do investimento, 100 mil euros de incentivos originam um aumento de:
– 141,5 mil euros na formação bruta em capital fixo;
– 55,8 mil euros no valor acrescentado bruto;
– 294,1 mil euros de volume de negócios;
– 117,6 mil euros de exportações;
– 90,9 mil euros de resultados líquidos;
– 5,7 mil euros de I&D;
– 1,2 postos de trabalho.
O estudo mostrou também que estes impactos positivos são sustentáveis ao longo do tempo, sendo as diferenças entre as empresas apoiadas e não apoiadas evidentes ainda ao fim dos cinco anos do período de avaliação.
Neste sentido, a equipa que conduziu esta análise verificou que “no horizonte temporal máximo que foi possível analisar – ou seja até ao sexto ano após o início do projeto – as empresas apoiadas continuam a registar um investimento acumulado superior a empresas semelhantes que não beneficiaram dos apoios, confirmando o impacto positivo e sustentado dos sistemas de incentivos no investimento empresarial”.
A “Avaliação do Impacto dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento no Desempenho das Empresas” está incluída no plano de avaliação do Portugal 2020 e comparou, ao longo de cinco anos, a evolução de grupos de empresas idênticas com e sem apoios, usando para o efeito a informação estatística de mais de 200 mil empresas.
A equipa por trás do relatório defende também a redução dos incentivos a empresas com maior facilidade de acesso a crédito bancário, de forma a libertar recursos para apoiar projetos empresariais promissores que enfrentam mais dificuldades na obtenção de financiamento por outras vias.
Refira-se que, no âmbito dos programas de incentivo do QREN, o IAPMEI (Agência para a Competitividade e Inovação) acompanhou cerca de 60% dos cerca de 10 mil projetos apoiados.
*fotografia de Marc Kleen.