Estudo GE: Onde é que os países vão buscar inspiração para inovar?

A General Electric lançou recentemente um estudo sobre a inovação. Intitulado “GE Global Innovation Barometer”, o relatório foi feito com base em 2090 executivos do tecido empresarial da Europa, Américas, Ásia e África.
Quais são os países mais inovadores? Esta é uma das secções mais relevantes do estudo. Com base na pergunta “qual considera ser o país líder em termos de inovação?”, o top três incidiu nos Estados Unidos (28%), Japão (21%) e China (14%).
Em relação à Europa, a Alemanha aparece no quarto lugar, com 9% das respostas, e a Suécia e o Reino Unido partilham o quinto lugar, com 3% cada.
Apesar dos EUA terem o primeiro lugar do pódio, desceram 5% em relação ao ranking de 2016. No outro lado da balança, em sentido crescente, estão o Japão e a China que subiram 4%, face ao estudo de há dois anos.
Mas quais são os aspetos mais importantes para a inovação? Grande parte dos inquiridos refere que ter uma equipa de trabalhadores qualificados é o aspeto mais importante para promover a inovação dentro de uma empresa. Esta é possivelmente uma das razões para que os EUA estejam à frente no que diz respeito à inovação, visto que são capazes de atrair o melhor talento para as suas start-ups.
O aproveitamento de dados, segurança informática, capacidades digitais e tomada de riscos são também outros dos fatores tidos como importantes para fomentar a inovação dentro de uma empresa.
Onde anda o talento? Atualmente, este parece ser um dos principais problemas das empresas. 74% dos inquiridos acreditam que a falta de competências é um das dificuldades da indústria onde estão inseridos.
Em termos pessoais, 64% acredita que a falta de talento dentro da sua empresa é um dos principais inibidores para conseguirem inovar. Neste ponto houve um acréscimo de 56% em relação a 2014, o que mostra que este é um problema crescente no tecido empresarial global.
Onde é que os países vão buscar inspiração para inovar? Para onde é que o mundo olha quando precisa de inovar? A resposta difere de região para região.
África->China. 41% dos executivos africanos, por exemplo, olham para a China quando procuram inovar. Esta tendência poderá vir do facto do país asiático ser um dos principais parceiros económicos dos países de África.
Ásia->EUA. Por sua vez, a China e o Japão procuram inspiração nos Estados Unidos. 64% dos inquiridos chineses colocam os americanos como os líderes da inovação. Prova disso são as conhecidas réplicas chinesas do setor tecnológico norte-americano.
EUA->EUA. Os Estados Unidos procuram inovação dentro do seu próprio território, não fosse este o país berço de Silicon Valley. 61% dos executivos norte-americanos revelou que o seu país é o líder da inovação.
Europa->Europa. Os norte-americanos não são os únicos egocêntricos. Grande parte dos inquiridos europeus também se revelaram como os líderes da inovação. No entanto, 22% dos executivos europeus olham para os EUA e 19% para o Japão.
América Latina->Japão. Os países da América do Sul e Central nomearam o Japão como o território mais inovador. A reflexão feita pelos especialistas responsáveis pelo relatório refere que isto acontece devido ao grande investimento dos executivos nipónicos na região.
Serão as políticas protecionistas benéficas para os negócios? Neste campo, 55% dos inquiridos respondeu que sim, que as políticas protecionistas podem ser benéficas para as empresas nacionais. Os apoiantes destas medidas argumentam que estas iniciativas trariam mais competição ao mercado e proteção aos trabalhadores.
A GE colocou duas questões de escolha múltipla aos executivos:
Das razões abaixo apresentadas, porque é que acha que as políticas protecionistas teriam um benefício positivo nos negócios do seu país?
86% – Traz vantagens competitivas aos negócios nacionais.
73% – É positivo para a procura de emprego e para os trabalhadores.
60% – Promove as ideias nacionais.
35% – Dá poder ao governo.
Das razões abaixo apresentadas, porque é que acha que as políticas protecionistas seriam prejudiciais para os negócios do seu país?
74% – Dá demasiado poder ao governo.
69% – Cria barreiras ao investimento.
63% – Reduz a competitividade.
35% – Reduz a possibilidade de atrair talento de países estrangeiros.
Tenha acesso ao estudo completo aqui.
Fotografia de Yousef Al Nasser.