Equilíbrio entre vida-trabalho é maior com modelos híbridos e remotos, diz Manpower Group

As conclusões do Global Talent Barometer, do ManpowerGroup, indiciam que os profissionais sentem maior equilíbrio na vida-trabalho com modelos híbridos e remotos, mas ainda assim sentem maior segurança no trabalho com modelos presenciais.

O ManpowerGroup entrevistou mais de 12 mil trabalhadores, em 16 países, para compreender o que os trabalhadores querem e como se sentem face aos diferentes modelos de trabalho – remoto, híbrido e presencial – atualmente em vigor no mercado e o seu impacto no bem-estar, satisfação no trabalho e confiança dos trabalhadores.

E as conclusões doGlobal Talent Barometer (que avaliou 12 indicadores-chave de satisfação dos profissionais, distribuídos por três índices – bem-estar, satisfação no trabalho e confiança), são reveladoras das preferências e necessidades dos trabalhadores.

Uma dessas constatações é o facto de os modelos de trabalho remotos e híbridos proporcionarem maior equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal dos profissionais, além de despertarem mais confiança quanto ao desenvolvimento da carreira e das competências.

No que respeita ao índice de bem-estar, obteve-se uma pontuação global de 64%, com os trabalhadores em modelos remotos ou híbridos a destacam-se no indicador de equilíbrio entre vida pessoal e profissional (72%), apresentando um valor 15% superior aos que trabalham em regime presencial imposto pela organização (57%).

Ainda neste indicador (e contrariamente à perceção de que o alinhamento com os valores e propósito da empresa é maior nos modelos presenciais), observam-se igualmente valores superiores para os modelos híbridos e remotos, situando-se em 76% e 72%, respetivamente. Constata-se que o valor declarado pelos trabalhadores que estão em regimes presenciais, por opção ou impostos, não ultrapassa os 69%.

Todavia, e apesar do stress diário ser semelhante nos diversos modelos laborais, os trabalhadores em regime presencial imposto são os que apresentam os valores mais baixos de stress (47%), comparativamente aos profissionais que trabalham em regimes híbridos (49%) ou remotos (51%).

No que concerne ao sentimento de realização com o trabalho, o estudo revela que os profissionais em modelos híbridos lideram, já que 83% consideram o seu trabalho significativo e com propósito, superando os seus pares que trabalham em modelos remotos (80%) e presenciais – quer opcionais (79%), quer impostos pela organização (78%).

Já no indicador confiança, a pontuação geral obtida foi de 74%, com destaque para o facto de que, no que respeita ao desenvolvimento de carreira dentro da organização, 64% dos trabalhadores em modelos híbridos e 59% dos remotos superarem os que trabalham em regimes presenciais impostos (49%).

A confiança nas oportunidades de desenvolvimento de competências é, por sua vez, mais elevada nos modelos híbridos (77%) e remotos (74%), comparativamente aos trabalhadores em regime presencial imposto (68%). Contudo, nos casos em que o modelo presencial é uma escolha do trabalhador, o índice de confiança sobe para 73%. Dentro deste índice, e no que concerne ao acesso à tecnologia e ferramentas necessárias para o desempenho das funções, 82% dos profissionais a operar em modelos híbridos e 81% dos remotos mostram-se novamente na liderança, em contraste com os que estão em modelos presenciais impostos (72%).

Relativamente ao índice de satisfação no trabalho, que teve uma pontuação global de 63%, o sentimento de segurança no emprego atual é superior para os trabalhadores em modelos presenciais, em particular nos modelos presenciais impostos (75%), seguidos dos opcionais (73%). Já nos profissionais em modelos híbridos e remotos este sentimento é menos acentuado (67% e 62%, respetivamente).

Apesar dos trabalhadores em modelos remotos demonstrarem índices superiores de bem-estar e equilíbrio na relação trabalho-vida, são todavia aqueles que apresentam uma maior propensão para mudar de emprego nos próximos seis meses (41%), seguidos dos trabalhadores híbridos (39%). Pelo contrário, 31% e 30% dos trabalhadores em modelos presenciais, por escolha ou por imposição da empresa, respetivamente, afirmaram que mudariam de trabalho no próximo semestre.

São também os trabalhadores em modelos híbridos (64%) e remotos (63%) que declararam maior confiança na capacidade de encontrar um novo emprego nos próximos seis meses, superando os trabalhadores em regimes presenciais impostos em cerca de 10%.

Finalmente, os trabalhadores em regime híbrido ou remoto são os que apresentam maior confiança nos seus managers para apoiar o seu desenvolvimento de carreira (ambos com 69%), enquanto essa confiança diminui 9% nos trabalhadores em modelos presenciais por opção e 13% nos profissionais em modelos presenciais por imposição da empresa.

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