Empresas europeias pouco preparadas para investir em inovação

Um estudo da Boston Consulting Group (BCG) indicia que as empresas europeias estão menos preparadas para investir em inovação que a norte-americanas e as chinesas.

O estudo “Most Innovative Companies 2021: Overcoming the innovation readiness gap” lançado esta semana, revela que o setor tecnológico continua a dominar o ranking das 50 empresas mais inovadoras do mundo, e que as empresas redobraram o foco na sua estratégia de inovação e na mudança das suas metas e processos como resultado da pandemia. Por outro lado, o grau de compromisso das empresas europeias fica atrás do verificado nos Estados Unidos da América e da China.

As conclusões apuradas pelo estudo da Boston Consulting Group (BCG) mostram também que este ano os EUA continuam a liderar o ranking das empresas mais inovadoras com 27 das 50 maiores empresas (mais duas em relação ao ano passado), com destaque para os setores tecnológico, de software e farmacêutico.  Já a Europa, está representada apenas com 11 empresas (menos quatro que no ano passado). No entanto, manteve-se competitiva em setores automóvel, medtech, farmacêutico, industrial e moda.

Por sua vez, de segundo o estudo, a China conquistou quatro posições no top 50, contudo é provável  que nos próximos anos este número à medida que as empresas chinesas se tornem mais competitivas nos mercados globais.

Outra das constatações do “Most Innovative Companies 2021: Overcoming the innovation readiness gap”, é que houve um aumento de 10 pontos percentuais para 75% do número de empresas que colocam a inovação como uma das três principais prioridades. As empresas também estão a aplicar mais recursos nesta área, e este ano, mais de 60% planeiam aumentar o investimento em inovação.

Apesar disso, a análise do BCG demonstra que 80% das empresas estão aquém do nível de preparação necessário para conseguir atingir o sucesso nos seus objetivos de inovação.  As empresas que se comprometem e investem significativamente nas suas prioridades têm até quatro vezes mais probabilidade de superar os seus pares em termos de receitas obtidas por novos produtos, serviços e modelos de negócio, do que aquelas que não o fazem.

Outra das vertentes analisadas tem a ver com questões liderança e neste ponto, ficou patente o não envolvimento da liderança executiva e a desconexão entre as equipas de desenvolvimento de produto e as equipas de angariação e gestão de clientes são dois desafios para as empresas. Por outro lado, também é possível registar aumentos significativos na diversidade de género e cultural do top 50, tendo crescido 50% e 22%, respetivamente.

Em relação à questão se é a diversidade que conduz a maior inovação ou se são as empresas mais inovadoras que se preocupam mais com o tema da diversidade,  há “evidências claras de que é a diversidade que impulsiona a inovação”, na medida em que as empresas registam melhorias na diversidade antes de entrarem para o ranking das 50 empresas mais inovadoras a nível mundial, segundo os dados que a BCG compilou desde 2005.

Justin Manly, managing director e partner da BCG e coautor do relatório, adianta que “os CEOs estão a fazer mais esforços e a aumentar o investimento, reconhecendo o poder da inovação na resiliência e na competitividade da empresa. Vemos, no entanto, o risco de as suas expectativas não se concretizarem por as empresas não estarem preparadas. A boa notícia é que a maioria pode melhorar significativamente a sua preparação com algumas mudanças na estratégia, na estrutura do modelo operacional e nas capacidades organizacionais”.

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