Empresa finlandesa cria ténis com café e garrafas plásticas

Há uma empresa em Helsínquia que desenvolveu uns ténis feitos à base de resíduos de café e de garrafas plásticas recicladas.

A Rens é uma empresa do setor do calçado, instalada na capital finlandesa, que recorre a matérias-primas peculiares para fabricar ténis: resíduos de café e garrafas plásticas recicladas. A ideia surgiu com uma forma de diminuir o impacto ambiental da borra de café, que, de acordo com pesquisas internacionais, emite tanto metano quanto dez milhões de carros por ano.

“O resíduo de café é um resíduo biológico, mas produz muito metano, que é 32 vezes mais potente que o CO2. Então, o que fazemos aqui é apenas prolongar o ciclo de vida”, esclareceu Jesse Tran, cofundador e CEO da Rens. ­­

O consumo de café per capita dos finlandeses é maior que em qualquer outro país e, como tal, a quantidade de resíduos é enorme, logo não falta matéria-prima para projeto da Rens, que, por um lado, encontrou uma forma de reciclar, renovar e reutilizar os subprodutos do café, e, por outro, ajudar a reduzir a quantidade de resíduos de café em aterros sanitários,

O responsável da Rens explicou parte do processo. Depois que o café é deitado fora, a empresa mistura-o com bolinhas de plástico recicladas feitas de garrafas plásticas de água e cria algo a que chamam fio de poliéster de café. A parte superior dos sapatos que produz é feita desse material. Com isto, um par de sapatos de primeira geração da linha “Original’, por exemplo, pode conter 300 gramas de resíduos de café, o equivalente a 21 chávenas.

A ideia implementada pela Rens nasceu em 2017 e na altura lançou uma campanha de crowdfunding na plataforma KickStarter que arrecadou mais de 486 mil euros em menos de dois meses. Depois de uma campanha de acompanhamento, em agosto do ano passado, arrecadou mais 300mil euros, o suficiente para produzir uma versão de segunda geração dos ténis Nomad.

Num esforço para criar um produto verdadeiramente neutro para o clima, a Rens também afirma compensar todas as emissões da produção, embalagem e distribuição de seus produtos. “Seja qual for o produto que fizermos, aplicaremos a mesma fórmula, que é de material à base de resíduos, que pode ser resíduos de café novamente ou pode ser outra coisa”, afirmou o cofundador e CEO da Rens.